Para mitigar os problemas econômicos causados pela pandemia do coronavírus, o governo do Paraguai está estudando a possibilidade de taxar as exportações de soja em 5%. A notícia caiu como uma bomba para o setor produtivo. Uma das principais entidade do setor, a Unión de Gremios de la Producción (UGP), afirmou que a possibilidade é uma irresponsabilidade e pode afetar a economia de maneira negativa.

Segundo o presidente da UGP, Héctor Cristaldo, o governo do país resolveu aventar a possibilidade após conhecimento da safra recorde de soja que o país colheu (acima de 10 milhões de toneladas). A ideia partiu do Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep) e propõe uma retenção na fonte de 5% sobre as exportações de soja. A taxação no Paraguai viria justamente como uma medida de emergência para minimizar todas as ações sanitárias e de restrição do governo contra a pandemia de Covid-19.

“Não sabemos como será o amanhã. Estar no meio da tempestade e propor qualquer tipo de reforma tributária, sem ter uma linha de base e um plano para recuperar a dinâmica econômica, é absolutamente irresponsável”, afirma Cristaldo.

Vale ressaltar que o país já passa por uma reforma tributária desde janeiro deste ano e ainda se encontra em fase inicial de implantação.

“Fazer uma nova reforma, no meio da crise, não faz sentido. É como se o porteiro do hospital fosse escalado para operar as hemorróidas e, quisesse fazer isso pela garganta! O medo é o motor dos erros, se não for canalizado corretamente”, afirma Cristaldo.

Para Cristaldo, o momento não pede improvisações como esta, afinal os produtores de soja já tem muita dificuldade para produzir no país. “Você não pode improvisar agora, muito menos errar. Afinal é o destino de um país inteiro está em jogo. Essa é uma discussão que perde a coesão social necessária para superar o desafio da epidemia”, afirma. (Canal Rural)