O consumo de proteína animal na China deve apresentar queda durante o primeiro trimestre, impactado pelo surto de coronavírus no país, segundo avaliação do Rabobank divulgada em relatório.

A demanda doméstica por carnes no país caiu em janeiro e no início de fevereiro, mas poderá se recuperar a partir do segundo trimestre caso a propagação do vírus seja controlada.

“Se a doença não for controlada até maio/junho, a demanda continuará fraca durante a primeira metade de 2020”, escreveram analistas do Rabobank.

O impacto do coronavírus é diferente para cada tipo de proteína. As mais afetadas são a carne bovina, de cordeiro e frutos do mar, cujo consumo está fortemente associado ao segmento de food service na China num momento em que os restaurantes, em sua maioria, permanecem fechados no país.

Já a demanda por carne suína e de aves deve sofrer menor impacto, apesar de também registrarem redução no consumo via segmento de food service, segundo o Rabobank.

O banco espera aumento de preços de proteínas animais na China no segundo e no terceiro trimestres, impactados pela redução na oferta de carnes frescas no país.

A produção doméstica de carnes chinesas tende a cair diante dos desafios relacionados ao transporte de produtos e insumos no país por causa dos bloqueios nas estradas, dificultando o acesso aos grãos para alimentação animal.

O Rabobank espera uma escassez na oferta de carne de frango local na China no segundo e terceiro trimestres, assim como alta nos preços do produto. A produção local de carne suína deve cair em mais de 20% neste ano, também com expectativa de forte aumento de preços ao longo do ano.

Nesse contexto, exportadores do produto tendem a se beneficiar. “A China continuará a elevar importações para ajudar a compensar a redução na oferta doméstica (de carnes)”, disse o Rabobank. (CarneTec)