Lygia Pimentel é médica veterinária, pecuarista e consultora pela Agrifatto
Antonio Ledesma Neto é engenheiro agrônomo

 

_DSC0295

Em termos de número de desafios inesperados, 2016 está liderando o caminho em relação aos últimos anos.

Milho em órbita estratosférica, mercado futuro no segundo semestre derretendo, dólar para baixo atrapalhando as exportações e frigoríficos realocando animais vendidos a termo por falta de necessidade de escala, acabando com a programação de confinadores.

Problemas, por sinal, que obrigam o pecuarista a rever cada cantinho minúsculo de sua estratégia para aumentar a eficiência e otimizar a rentabilidade da operação.

Observe a situação comparativa do confinamento em 2016.

Tabela 1.
Análise comparativa do confinamento em 2016.
Toninho

Nesse momento, quem já havia se acostumado com a escassez de reposição e a dificuldade por ela criada para encontrar bois magros para girar o confinamento, teve que lidar com a necessidade de afinar ainda mais o pente: já não adiantava apenas encontrar o boi magro, havia a necessidade de analisar bem sua condição corporal, caso contrário, o resultado financeiro ficaria bastante evidente ao fim da operação.

Observe o que ocorre com a dieta de adaptação, por exemplo. Obviamente podemos ver que quanto mais pesado o animal chega, maior é o custo com essa fase. Entretanto, na fase de acabamento, conseguimos diluir tal custo na necessidade de dias de terminação, que reduz devido ao fato de o animal estar mais pesado. Na média ponderada, o mais pesado custa menos.

Quando falamos de custos operacionais, a lógica é idêntica.

Certamente temos que considerar que o boi magro mais pesado tem um custo maior, portanto, nesta fase consideramos o valor para a aquisição do mesmo combinado ao frete e à comissão (cobrada por por arroba).

Assim desenhamos a receita bruta considerando o peso de abate desses animais, o que nos leva a um retorno melhor para o animal intermediário, aquele com 360 kg de peso vivo.

Esta análise foi desenvolvida com base no mercado paulista de 2016. Cada ano traz sua realidade particular assim como cada propriedade carrega sua digital. Assim, convidamos o leitor a fazer o exercício com seus próprios números.

Tempos difíceis nos fazem crescer e aparar arestas que antes estavam sobrando.

Um abraço e até a próxima!