(Reuters) – As avaliações sobre a situação atual mostraram forte deterioração em junho, e a confiança da indústria brasileira registrou queda para o menor nível desde o início do ano devido aos efeitos da greve dos caminhoneiros, mostrou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.

Com recuo de 1,0 ponto, o Índice da Confiança da Indústria (ICI) terminou o mês com 100,1 pontos na comparação com maio, patamar mais baixo desde os 99,4 pontos vistos em janeiro.

“A descontinuidade nos transportes rodoviários de cargas, ocorrida entre o final de maio e o início de junho, aumentou os estoques de produtos finais e reduziu os estoques de insumos, afetando custos, produção, utilização da capacidade e confiança”, explicou em nota a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE, Tabi Thuler Santos.

O Índice da Situação Atual (ISA) foi o responsável pela queda na leitura de junho da confiança da indústria ao recuar 5,5 pontos, para 95,1 pontos, menor nível desde setembro de 2017 (90,8).

Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE) apresentou avanço de 3,4 pontos e chegou a 105,0 pontos, patamar mais elevado desde maio de 2013 (105,4 pontos). Entretanto, Tabi destacou que esse movimento pode ser um efeito passageiro, “influenciado pelo efeito base do fraco desempenho do setor em maio”.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada, por sua vez, sofreu o primeiro recuo desde setembro de 2017 ao cair 0,3 ponto percentual em relação a maio, para 76,2 por cento.

A confiança em junho foi abalada de forma generalizada devido à greve dos caminhoneiros no final de maio que prejudicou o abastecimento de alimentos, combustíveis e outros insumos.

A produção industrial brasileira cresceu 0,8 por cento em abril na comparação com o mês anterior, resultado acima do esperado, porém em um ritmo que está em risco após a greve dos caminhoneiros.

Além de a atividade econômica ter sido afetada pela paralisação, o país vive um cenário de incertezas diante com a eleição presidencial de outubro.