A produção brasileira de grãos na safra 2019/20 deve alcançar recorde de 251,9 milhões de toneladas, com aumento de 4,1% (mais 9,9 milhões de t) em comparação com o período anterior (241,99 milhões de t). O resultado representa também um leve crescimento de 0,3% ante o levantamento anterior, de fevereiro (mais 786 mil t). Os números fazem parte da sexta pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada hoje.
A área total, favorecida pela boa distribuição de chuvas na maioria dos Estados, deve crescer 2,4%, alcançando cerca de 64,8 milhões de hectares. As culturas de primeira safra estão respondendo por 46,5 milhões de hectares (71,7%), enquanto que as de segunda, terceira e de inverno, por 18 milhões de hectares (28,3%).
A Conab informa em comunicado que “as condições climáticas vêm favorecendo as lavouras de grãos nas principais regiões produtoras do Brasil. A perspectiva é que os níveis de produtividade apresentem bom desempenho nesta temporada, sobretudo para as lavouras de soja e milho que impulsionam o volume total e devem garantir mais um recorde na safra de grãos do País.”
Segundo a estatal, para as lavouras de soja está reservada uma área 2,6% maior, com expectativa de boa produtividade. A produção estimada é de 124,21 milhões de toneladas e um acréscimo de 8%, o que confirma mais um recorde na série histórica, graças à boa distribuição de chuvas, sobretudo nos Estados do Centro-Oeste, onde estão adiantadas as etapas de colheita.
A Conab destaca que a produção total do milho de primeira e segunda safras é de cerca de 100 milhões de toneladas, com um crescimento de 0,4% acima da safra passada, tendo como estímulo as boas cotações do cereal no mercado internacional. A estimativa de área semeada do milho primeira safra é de 4,23 milhões de hectares, 3,2% maior que o da safra 2018/19. Na segunda safra, cuja semeadura começou em janeiro e continua ocupando o espaço deixado pela colheita de soja, o crescimento de área deve ser de 2,1%, tendo em vista a rentabilidade produtiva e as condições climáticas favoráveis. A terceira safra está estimada em 1,2 milhão de toneladas.
Após crescimentos significativos da área de algodão nas duas últimas safras, que também aproveita o espaço deixado pela colheita da soja, a Conab observa que desta vez o crescimento deve ser com menor variação, cerca de 3,3% na área, atingindo 1,7 milhão de hectares. A produção também recorde, deve alcançar 2,85 milhões de toneladas de pluma, enquanto a destinação ao caroço alcança 4,28 milhões de toneladas, com 1,6 % de crescimento frente a safra passada.
Com relação ao feijão, a Conab informa que o feijão primeira safra, apesar de menor área semeada com acréscimo de 0,2%, pode ter produção 6,1% maior com a ajuda da produtividade, atingindo 1,05 milhão de toneladas. A segunda safra, que está em início de cultivo, deve ocupar pouco mais de 1,4 milhão de hectares, similar à safra passada. As maiores áreas estão nesse período nos Estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. A segunda safra da leguminosa deve atingir 1,36 milhão de t, aumento de 5,2% ante 2018/19 (1,28 milhão de t). A terceira safra de feijão está projetada em 734 mil t, queda de 1,3% ante o período anterior (743,5 mil t). Assim, as três safras de feijão devem totalizar 3,14 milhões de t, aumento de 3,9% em comparação com 2018/19.
Em contrapartida, a safra de arroz apresenta redução de 2,4% na área cultivada, totalizando 1,6 milhão de hectares e uma produção de 10,5 milhões de toneladas, 0,8% acima da obtida em 2018/19 (10,45 milhões de t). Para a safra de inverno, ainda a ser cultivada, a Conab projeta safra de trigo de 5,35 milhões de t, aumento de 3,7% ante 2019 (5,15 milhões de t). (AE)