Na expectativa pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre oferta e demanda, que sai na sexta-feira, analistas de mercado esperam uma redução nos estoques de milho e soja por causa da expectativa de queda na produção norte-americana, informa o Commerzbank.
Em relatório enviado a clientes, a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl, diz que o USDA provavelmente revisará para baixo a safra de milho americana em resposta aos danos da tempestade e às condições de seca no meio-oeste. O mesmo deve acontecer com a safra, que também enfrentou questões climáticas impactantes.
“Ambos os fatores devem ser a principal razão pela qual os estoques americanos de milho devem chegar no final da temporada 2020/21 em cerca de 8 milhões de toneladas abaixo do relatório de agosto – embora em termos absolutos isso ainda os deixasse muito maior do que no ano passado”, afirma a analista do banco alemão. “No caso da soja, [os estoques] devem ser cerca de 4 milhões de toneladas menores”, acrescenta.
Já com relação ao trigo, a situação é diferente. De acordo com a analista, a revisão para cima feita pelo USDA para safra de trigo da Rússia, atingindo 78 milhões de toneladas, “ainda parece muito baixo”. “Muitos observadores estão prevendo uma safra de mais de 80 milhões de toneladas. A empresa de consultoria SovEcon recentemente elevou sua estimativa para 82,6 milhões de toneladas, levando em conta os bons rendimentos da safra de trigo da primavera [russa].
O otimismo também prevalece na Austrália, após fortes chuvas nas regiões produtoras do leste. O Commerzbank informa que a agência de previsão Abares ajustou sua expectativa para a safra de trigo em 8,5%, para 28,9 milhões de toneladas. “Até agora, o USDA está prevendo apenas 26 milhões de toneladas – o que ainda representa grande melhoria em relação ao número escasso do ano anterior, de 15 milhões de toneladas, como resultado da seca”, conclui. (AE)