Nas plantações de grãos em torno da pequena cidade de Veinticinco de Mayo, no cinturão agrícola argentino, Dario Sabini checa seus pés de milhosoja e os níveis de água no solo, aferindo as condições da plantação após o fim de uma longa seca encerrada neste mês com a chegada da chuva.
Os brotos verdes cobrem as cicatrizes do tempo seco, sugerindo que o pior pode ter passado para os fazendeiros do maior exportador de soja processada do planeta, e segundo maior produtor de milho. Ambas as culturas viram as previsões da safra caírem bruscamente antes da chegada da chuva no meio do mês.
“Desde meados de dezembro estávamos em queda livre, por conta das temperaturas extremamente altas e da chuva escassa. Agora o que aconteceu desde então colocou um freio nisso. A queda foi suspensa”, disse Sabini à Reuters.
“Agora veremos como as plantações vão evoluir e como o período do verão inteiro vai continuar”, disse.
A última quinzena de chuvas deixou ensopadas algumas áreas importantes do cinturão agrícola na região da província de Buenos Aires, enquanto outras regiões receberam menos água, criando um quadro misturado para os produtores, que viram o milho do início da safra ser o mais atingido pelo tempo seco.
“As perdas estão em torno de 60% para o milho, por exemplo, e bem, dependendo das próximas chuvas, vamos ver como vai ser para resto das safras”, acrescentou Sabini, enquanto inspeciona a plantação abaixo de um céu azul pontuado com algumas raras nuvens brancas.
A Argentina está no meio de um segundo padrão climático seguido de La Niña, que geralmente causa menos chuvas nas regiões agrícolas centrais, embora especialistas em clima tenham dito que seu impacto parece estar enfraquecendo à medida que o verão do hemisfério sul avança.
(Reuters)