O número de mortes em decorrência do novo coronavírus no Brasil atingiu 800 nesta quarta-feira, uma elevação de 133 em relação à véspera, enquanto os casos confirmados no país tiveram alta de 2.210 na comparação diária, alcançando 15.927 casos, informou o Ministério da Saúde em boletim.
Os números representam recordes diários de aumento tanto de casos como de mortes, superando os dados da véspera, quando foram registrados 1.661 casos novos e 114 óbitos. Em termos percentuais, no entanto, as altas de 16% no número de mortes e 19% em relação aos casos confirmados ficaram dentro da média dos útimos dias.
O Brasil aparece em 14º lugar entre os países do mundo com mais casos confirmados do novo coronavírus e está em 12º entre aqueles com mais óbitos, de acordo com levantamento do ministério com base em dados da Organização Mundial da Saúde. Os Estados Unidos são o país com mais casos, com mais de 400 mil, enquanto a Itália concentra o maior número de mortos, com mais de 17.100.
Na lista que compara os países pela taxa de letalidade, o Brasil é o 8º, com índice de 5%, mas as autoridades do ministério voltaram a destacar que esse percentual deve recuar quando aumentar o número de testes realizados. A maior letalidade está na Itália, com 12,6%.
Diante do avanço da doença, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reiterou o apelo para que as pessoas cumpram as medidas de isolamento social determinadas por Estados e municípios para conter o avanço da doença, principalmente nos grandes centros.
“As pessoas, as mesmas que falam vamos sair, vamos arrebentar, vamos fazer uma festa, vamos beijar, vamos abraçar, serão as mesmas que daqui a 15 dias falarão: ´´é, por que está acontecendo isso?´”, disse Mandetta, fazendo referência a um eventual aumento de casos em duas semanas se as medidas de isolamento forem descumpridas.
Mandetta citou as cidades do Rio de Janeiro, Fortaleza, São Paulo e Manaus entre aqueles que devem ter “muito cuidado” com qualquer possibilidade de afrouxamento.
Por outro lado, com relação ao documento divulgado esta semana pelo ministério que estabelece critérios para um possível afrouxamento das medidas de isolamento em cidades pouco afetadas pelo novo coronavírus, o ministro ressaltou que trata-se de uma orientação, mas que a decisão final cabe aos governos locais.
Segundo Mandetta, 86% dos municípios brasileiros não têm sequer um caso registrado do novo coronavírus ou de qualquer síndrome respiratória aguda. A recomendação do ministério afirma que localidades onde o número de casos confirmados de coronavírus não tenha impactado mais da metade da capacidade de atendimento poderão fazer transição para um modelo de isolamento que inclui apenas pessoas do grupo de risco na próxima semana.
“Nós não temos poder de polícia, não somos donos do destino das pessoas, nós temos uma obrigatoriedade, por missão, de dizer aos governos, dizer ao prefeitos, dizer às pessoas, nós monitoramos, nós fazemos o diagnóstico, nós estamos vendo, estamos colocando tudo que temos de melhor à disposição deles para que tomem as melhores decisões com bases nos números que eles tiverem, com base em disciplina, foco e ciência”, disse.
De acordo com os dados do ministério, São Paulo continua sendo o Estado com maior número de casos no país, com 6.708 registros e 428 mortes, à frente do Rio de Janeiro, que contabiliza 1.938 casos e 106 óbitos.
A Região Sudeste concentra 59,6% dos casos no país, enquanto o Nordeste tem 17,7%, o Sul, 9,7%, o Centro-Oeste, 5,3%, e o Norte, 7,7%. (Reuters)