O consumo de carne suína na China caiu, em média, de 10% a 15%, estima o Rabobank, em meio ao surto de peste suína africana que assola os plantéis locais. “Acreditamos que o consumo de carne suína na China tem sido fraco por preocupações de consumidores e processadores ligadas à segurança do alimento”, diz o relatório.

De acordo com o Rabobank, os preços da carne suína no país estão estagnados nos últimos meses. Os preços travados podem ter alguns motivos diferentes, como a venda de estoques congelados ou o abate de animais em áreas afetadas recentemente pela peste no Sul do país. O banco, no entanto, acredita que a explicação mais provável é a queda no consumo.

Isso porque, de acordo com o Ministério da Agricultura chinês, o abate dos grandes frigoríficos no primeiro quadrimestre de 2019 caiu 8% ante o mesmo período de 2018; o banco calcula que os abates totais tenham recuado entre 10% e 15% no período. Os preços estáveis sugerem que oferta e demanda estão razoavelmente equilibradas, o que sugeriria uma queda de 10% a 15% também no consumo.

O relatório traz uma projeção de que um provável aumento de preços no futuro pode causar mais mudanças no consumo de carne suína do país em 2019. “Nós acreditamos que o preço influenciará níveis de consumo”, diz o banco. Ainda segundo o Rabobank, a China deve levar mais de cinco anos para recuperar sua capacidade de produção de carne suína, o que dará tempo aos chineses de se acostumarem com outros tipos de proteína animal. Dessa forma, a tendência de consumidores reduzirem as compras de carne suína, que já existia nos últimos anos, pode se acelerar. Mesmo assim, a carne suína deve continuar sendo a proteína mais consumida no gigante asiático. (AE)