Gustavo Rezende Machado é trainee pela Agrifatto
O boletim de acompanhamento de mercado elaborado pelo Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA) dessa semana, projeta aumento da demanda interna por soja e levanta informações sobre o fechamento da segunda-safra de milho desse ano.
Segundo o IMEA, planeja-se aumentar a proporção de biodiesel no diesel para 10% em 2019, o que demandaria cerca de 4,19 milhões de toneladas a mais de soja em grão para esmagamento no Brasil. Para comparação, o país exportou durante agosto de 2017, 5,95 milhões de toneladas de soja. Ou seja, o aumento da demanda pelo setor de combustível em 2019, pode ser comparada aos volumes de exportações mensais. Provavelmente o aumento da demanda em 4,19 milhões de toneladas está em patamar próximo ao que deve ser exportado em setembro/17.
Os dados do IMEA para a segunda safra de milho em 2017, confirmam a influência das condições climáticas melhores esse ano, com chuvas que se prolongaram até abril e maio. O plantio realizado dentro da janela ideal também colaborou para uma produção que se consolidada será recorde para o estado do Mato Grosso, com 30,45 milhões de toneladas (em 2016 colheu-se 19,10 milhões de toneladas).
Com os altos preços praticados ano passado, quando as condições climáticas foram desfavoráveis, produtores esse ano aumentaram a área semeada em 9,76%. Somando 4,73 milhões de hectares para cultivo de milho no Mato Grosso, com produtividade média estimada em 107,10 sacas por hectare (45% superior a produtividade do milho em 2016).
Por fim, o IMEA destaca o ritmo mais lento de comercialização para esse ano de oferta alta. Até agosto de 2016, a produção do estado estava em 94,8% comercializada. Enquanto que até agosto desse ano a comercialização média no Mato Grosso está em 73% da produção, ou seja, ainda restam quase 27% da produção disponível ao mercado.
O gráfico 1 compara a variação da área cultivada para milho safrinha em hectares com a produção total do estado em toneladas entre as safras 2011/12 e as estimativas para a safra 2016/17.
Figura 1.
Comparação entre área semeada (hectares) e produção (toneladas) entre 2011 e 2017.
Fonte: IMEA / Agrifatto