O consultor em logística da Confederação Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet, disse que o coronavírus afetou os setores de carnes e frutas em virtude de dificuldades no trânsito de contêineres. “Tivemos o problema de desbalanceamento de fluxo de contêineres”, disse Fayet, em live promovida ontem (23) pelo escritório Mattos Engelberg. Segundo ele, o fluxo de contêineres para a Europa demora de 15 a 20 dias; no caso da Ásia, são 35 a 40 dias. “Quando há uma parada, como ocorreu no início da crise do coronavírus, houve um desbalanceamento que prejudicou o setor de carnes. O setor de frutas também teve um pequeno abalo.” Segundo ele, entretanto, o efeito é “transitório”. No caso dos granéis, apesar do coronavírus, os embarques ao exterior do Brasil seguem acelerados. “Em grãos estamos aumentando a exportação em relação ao ano passado mesmo com o covid-19”, disse.
Conforme Fayet, apesar da crise provocada pela doença, o interesse externo por investimento em infraestrutura continua forte por causa do papel do País no fornecimento de alimentos ao mundo. Mas, segundo ele, é preciso melhorar a regulação do setor ferroviário e rodoviário. “No mundo não falta dinheiro para investir. O problema nosso é qualidade da regulação, que é absolutamente instável”, disse. No caso dos portos, acrescentou, a melhora da legislação estimulou o investimento em terminais privados, que hoje respondem por 2/3 das cargas movimentadas no País. “Quem quiser investir com mais segurança e estabilidade vai ter que vir para cá. Se fizermos uma regulação adequada, vai ser uma explosão de investimentos sem o Brasil precisar botar a mão no bolso”, afirmou. (AE)