Economistas do Citi reduziram suas previsões de crescimento econômico e inflação no Brasil, citando as consequências do surto de coronavírus na maior parceira comercial do país, a China.

O banco norte-americano espera agora um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,0% este ano, abaixo dos 2,2% estimados anteriormente, e se torna o mais recente grande banco a reduzir sua perspectiva para a maior economia da América Latina.

O crescimento de 2,0% representa uma linha psicológica que a equipe econômica está ansiosa para superar neste ano, após três anos de recuperação fraca e crescimento moderado em torno de 1% após a recessão de 2015-2016.

“A significativa revisão para baixo na expectativa de crescimento do PIB da China no primeiro trimestre de 2020… provavelmente significará um vento de proa para a economia brasileira por meio do canal de exportação”, escreveram Leonardo Porto e Paulo Lopes, do Citi, em nota nesta terça-feira, observando que a China responde por 28% de todas as exportações brasileiras.

Porto e Lopes agora esperam um crescimento de 2,0% do PIB em cada ano-calendário até 2024.

Eles também reduziram sua previsão de inflação para 2020 de 3,8% para 3,5%, bem abaixo do centro da meta oficial (de 4,00%) perseguida pelo Banco Central, e agora esperam que o BC mantenha sua taxa básica de juros Selic na mínima recorde de 4,25% até o próximo ano. (Reuters)