Grandes centros industriais na costa chinesa estão começando a diminuir as restrições de circulação de pessoas e ao tráfego, enquanto os governos locais estimulam as fábricas a reiniciar a produção após semanas de paralisações devido ao surto de coronavírus.
Em seus primeiros esforços para conter o vírus, as autoridades chinesas estenderam o feriado do Ano Novo Lunar — de uma semana — em cerca de 10 dias, instituíram quarentenas e impuseram restrições ao tráfego em grandes partes do país.
As medidas atrasaram o crescimento do setor industrial, com as empresas incapazes de retomar a produção ou restaurá-la a níveis normais devido à falta de trabalhadores. Muitas indústrias também não conseguiram receber as matérias-primas ou enviar produtos aos clientes devido a obstáculos logísticos, com as interrupções ocorrendo nas cadeias de suprimentos em todo o mundo.
A China está ciente de que deve encontrar um equilíbrio entre eliminar uma epidemia que infectou mais de 70 mil pessoas – matando mais de 2 mil delas – e proteger a economia já enfraquecida de mais danos.
A cidade de Foshan, uma grande fabricante de eletrônicos e eletrodomésticos na província de Guangdong, no sul, disse na terça-feira que as empresas não precisam mais obter aprovação antes de retomar as operações e não precisam exigir que os trabalhadores que retornam provem que estão saudáveis.
Na segunda-feira, a cidade vizinha de Zhongshan também reduziu essas barreiras administrativas.
Na província oriental de Zhejiang, conhecida por seu movimentado setor privado, as cidades de Hangzhou e Ningbo no fim de semana também reduziram o processo de aprovação para empresas que desejam reiniciar as atividades.
“Macro e microdados sugerem que as atividades de produção estão retomando em um ritmo lento na China, atingindo 60-80% dos níveis normais até o final de fevereiro e normalizando apenas até meados para o fim de março”, escreveu o Morgan Stanley em uma pesquisa.
“Se a propagação do vírus não for contida nas próximas duas semanas, a interrupção da produção pode se estender até o segundo trimestre”.
Analistas consultados pela Reuters esperam que o crescimento da China possa desacelerar para 4,5% no primeiro trimestre, ante 6% no trimestre anterior [ECILT/CN]. Mas algumas previsões recentemente revisadas para baixo estão na faixa de 3% a 4%, citando atrasos na retomada da produção. (Reuters)