Bruna Giacon é graduanda em agronomia e estagiária pela Agrifatto
Caroline Matos é zootecnista e trainee pela Agrifatto
Com a retenção de fêmeas, abates em 2020 atingem menor nível desde 2011.
A margem da cria em alta estimula a retenção de fêmeas que, por sua vez, restringe ainda mais a oferta, levando os números de abate brasileiros aos menores patamares dos últimos cinco anos da série histórica.
Segundo informações registradas no SIF (Sistema de Inspeção Federal), foram abatidas um total de 22,19 milhões de cabeças de gado em 2020, uma redução de -9,56% se comparados ao ano anterior. Protagonista de 2020 foi o mês de julho, com um total de 1,98 milhões de animais abatidos, porém, o recuo comparado a julho/19 é de 12,41%, o menor volume para o período desde 2016.
Além da retenção de fêmeas, o atraso das chuvas também colaborou com a redução na quantidade de cabeças disponíveis para o abate em 2020. Acompanhando o desempenho mensal de abate bovino brasileiro, observa-se que os meses de janeiro, fevereiro, novembro e outubro, tiveram o pior índice dos últimos 5 anos.
Enquanto o desempenho do número de abates foi fraco, o preço da arroba do boi gordo permaneceu firme. A valorização acumulada ficou em +38,71% em 2020 em relação a 2019, e já vem buscando nova alta de mais de 30% para 2021, batendo recorde, com negócios pontuais superiores a R$ 310,00/@. Para 2021, ainda não há previsão de melhora para a oferta de matéria-prima, que segue escassa, pressionando ainda mais os abates para baixo.
Janeiro/21, com os números preliminares, possui a menor quantidade abatida dos últimos 10 anos.