As sobras da indústria da carne que não são adequadas ao consumo humano movimentam um PIB anual de R$ 8,3 bilhões no Brasil (soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo setor de reciclagem animal) e um volume de matéria-prima de quase 13 milhões de toneladas de resíduos, removidos durante os trabalhos de abate e porcionamento. A maior parte (7,3 milhões de t) vem do corte de ruminantes (bovinos e bubalinos). Os números são referentes a 2019 e foram apresentados hoje pelo Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne), em seu boletim semanal.
Ainda conforme o levantamento, o segundo maior fornecedor é a indústria de aves (4,5 milhões de t). A suinocultura contribui com 950 mil toneladas e a piscicultura, última do ranking, com 200 mil toneladas.
O Brasil recicla anualmente 99% dos resíduos oriundos de indústrias e varejistas. O mercado interno consome perto de 5,3 milhões/t de farinhas e gorduras animais. Deste total, 58% são destinados à suplementação animal, 14% à produção de “pet food”, 13,5% para biodiesel, 10% para higiene e limpeza e 4,5% para outras indústrias.
O CiCarne é ligado à Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) e foi criado em 2014 para funcionar como um núcleo de inteligência competitiva da cadeia produtiva da carne bovina brasileira. O boletim é assinado pelos pesquisadores Guilherme Cunha Malafaia, Paulo Henrique Nogueira Biscola e Fernando Rodrigues Teixeira Dias. (AE)