PEQUIM (Reuters) – A China adotou um tom positivo nesta segunda-feira, quando as negociações comerciais com os Estados Unidos foram retomadas, mas também expressou irritação com uma missão da Marinha norte-americana no Mar do Sul da China, jogando dúvidas sobre as perspectivas de melhora nos laços entre Pequim e Washington.
Os EUA devem continuar pressionando a China sobre as exigências de que mude a forma como trata a propriedade intelectual das empresas norte-americanas para fecharem um acordo comercial que possa impedir o aumento das tarifas sobre as importações chinesas.
As negociações começarão com discussões entre grupos de trabalho entre segunda e quarta-feiras, antes de discussões de mais alto nível no final da semana. Discussões foram finalizadas em Washington no mês passado sem um acordo e com o principal negociador dos EUA declarando que muito mais trabalho precisa ser feito.
“Nós, claro, esperamos, e as pessoas do mundo querem ver, um bom resultado”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, a repórteres em Pequim.
Os dois lados buscam fechar um acordo comercial antes do prazo de 1 de março em que as tarifas dos EUA sobre 200 bilhões de dólares em importações chinesas subirão para 25 por cento, de 10 por cento.
No mesmo dia que as negociações começaram, dois navios de guerra dos EUA navegaram perto das ilhas reivindicadas pela China no Mar do Sul da China, disse uma autoridade dos EUA à Reuters.
Hua disse que os navios entraram nas águas sem a permissão da China, e que Pequim expressou firme oposição e insatisfação com isso.
A Marinha da China seguiu os navios e os alertou a irem embora, disse Hua, acusando Washington de provocação e de prejudicar a soberania da China.
Reportagem de Michael Martina e Ben Blanchard