O Ministério do Comércio da China (MOC) anunciou nesta sexta-feira, 15, medidas antidumping sobre a carne de frango do Brasil. Segundo os chineses, as taxas impostas devem variar de 17,8% a 32,4% por um período de cinco anos. A medida começa a valer a partir de domingo, 17.
“A indústria doméstica tem sofrido danos substanciais devido ao dumping desses produtos”, disse o ministério em comunicado.
A imposição de tarifas, no entanto, não vale para todos os exportadores brasileiros. O órgão chinês informou que aceitou de algumas empresas do Brasil uma espécie de acordo de preços. Isso significa que a imposição de taxas não ocorrerá para algumas companhias.
Entenda o caso
Posição do setor
Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, o Brasil não reconhece que tenha praticado dumping. “Quando se abre um processo de dumping (a China) tem que mostrar que o Brasil está vendendo com preço muito barato, causando um prejuízo para a industria local”.
Santin afirmou ainda que o Brasil não vende carne de frango aos chineses com preço abaixo do que é comercializado no Brasil. “Não houve prejuízo para a indústria local (chinesa). Não reconhecemos em hipótese alguma que houve dumping“, ressaltou.
Em nota oficial, a entidade disse que identificou diversas violações no acordo internacional antidumping pela autoridade chinesa na análise de dano e nexo causal ao longo do processo. “O conselho diretivo da ABPA analisará a decisão chinesa e submeterá suas considerações ao governo brasileiro para a decisão sobre futuras ações”.