(Reuters) – Os preços da carne suína na China devem subir 70 por cento no segundo semestre do ano, disse uma autoridade nesta quarta-feira, depois que dados mostraram que um surto de peste suína africana reduziu em 10 por cento no primeiro trimestre o número de animais no país, que detém o maior rebanho mundial de suínos.
A produção de carne suína da China caiu 5 por cento nos primeiros três meses de 2019 e quedas muito maiores são esperadas nos próximos trimestres, disseram analistas, enquanto o país luta para conter a disseminação da doença.
A previsão acontece enquanto Washington e Pequim tentam fechar um acordo para encerrar uma guerra comercial que pode incluir a compra pelos chineses de mais carne suína dos Estados Unidos para suprir o crescente déficit de oferta, disseram fontes à Reuters.
“(A produção do) segundo trimestre terá uma queda acentuada em relação ao primeiro trimestre, e no terceiro trimestre poderá ser ainda maior”, disse Feng Yonghui, analista-chefe do site setorial Soozhu.com.
A queda na produção de suínos no primeiro trimestre foi atenuada pela demanda durante o festival de Ano Novo Lunar da China em fevereiro, quando agricultores preocupados a baixa nos preços dos suínos levando os animais ao mercado, disse Feng.
Mas um grande declínio no rebanho significaria que a produção da carne mais popular do país continuará a cair drasticamente.
O Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais informou na semana passada que o rebanho da China caiu 21 por cento em março em relação ao mesmo período do ano anterior.
A peste suína africana – mortal em porcos, mas inofensiva para os seres humanos – tem se espalhado rapidamente pela China, que responde por cerca de metade da produção mundial de carne suína, desde um primeiro surto em agosto passado.
Até 200 milhões de porcos poderiam ser abatidos ou morrer de infecção pela doença este ano, de acordo com o Rabobank, que estimou que a produção de carne suína pode em cair 30 por cento, embora outros analistas não esperem um impacto tão grande.