O Conselho da Comissão Econômica Eurasiática (CEE) abriu, nesta sexta-feira, uma cota para a importação de até 125 mil toneladas de carne bovina de parceiros comerciais para cinco países do bloco sem tarifas ao longo de 2023.
A maior parte da cota, 100 mil toneladas, é para a Rússia. A decisão também prevê até 10 mil toneladas para a Armênia, até 7,5 mil toneladas para Belarus, até 5 mil toneladas para o Cazaquistão, e até 2,5 mil toneladas para o Quirguistão.
O adido agrícola russo no Brasil, Andrey Yurkov, disse ao Valor que os frigoríficos brasileiros habilitados podem se beneficiar com a isenção para a importação.
Em 2022, a cota para a importação russa sem tarifa foi o dobro, 200 mil toneladas. No ano passado, o Brasil exportou 49,8 mil toneladas de carne bovina para a Rússia, com receita de US$ 197,5 milhões, segundo dados do Agrostat do Ministério da Agricultura.
Dos demais países da lista, o Brasil tem negócios com o Cazaquistão, para onde vendeu apenas 42 toneladas em 2022.
O comunicado do Conselho diz que “o principal volume de carne importada de países terceiros recai sobre os produtos congelados, que se destinam à produção de conservas e embutidos”.
O órgão explicou ainda que a medida tem o objetivo de “fornecer aos produtores de carne matérias-primas acessíveis e estabilizar os preços ao consumidor”.
A decisão entrará em vigor 10 dias após a publicação da norma.
O Brasil tem dezenas de frigoríficos habilitados para exportação de carne bovina para a Rússia. Algumas, no entanto, têm algumas restrições para as vendas. Em 2021, três plantas que estavam suspensas tiveram embargos retirados.
(Valor Econômico)