A pandemia do novo coronavírus deve desacelerar a produção de carne dos Estados Unidos nos próximos meses, em virtude da necessidade de novas medidas de segurança e da redução do número de funcionários nas operações das unidades, afirmou o presidente da JBS no país, André Nogueira. “Não conseguiremos atingir a capacidade total tão cedo quanto combatermos esse vírus por causa de todas as mudanças que implementamos”, afirmou o executivo em teleconferência.
Em meio à preocupações em relação ao fornecimento de alimentos, que levaram o presidente norte-americano Donald Trump a emitir um decreto com a intenção de manter as fábricas de proteínas abertas durante a pandemia, Nogueira relatou que a possibilidade de escassez de carne no mercado não preocupa. “Teremos todos os itens no supermercado? Provavelmente não nas próximas semanas, mas neste momento não estou preocupado com a falta de proteína”, disse. Na teleconferência, ele acrescentou que a JBS está vendendo mais carne no mercado interno do que exportando.
A empresa está reformulando os processos de operação das suas instalações para promover um distanciamento entre os funcionários, além de ter liberado 10% da sua força de trabalho, por se enquadrarem nos grupos de risco, informou o executivo. Nesse sentido, a empresa contratou 1 mil novos trabalhadores para auxiliar as operações durante a pandemia. De acordo com o executivo, metade deles faz uma limpeza extra nas áreas de maior circulação e a outra metade ensina os funcionários a usarem equipamentos de proteção individual (EPIs), além de monitorarem o distanciamento social.
No mês passado, diversas instalações de processamento de carne bovina e suína da JBS foram fechadas nos EUA após a disseminação da doença entre os funcionários. Outras empresas de carne, como a Tyson Foods, Smithfield Foods e Cargill também fecharam as fábricas. Na teleconferência, Nogueira disse que não está claro se o fechamento das plantas da empresa ajudou a retardar a disseminação do novo coronavírus em comunidades como Souderton e Greeley, nos Estados norte-americanos do Colorado e da Pensilvânia, porque os casos continuaram a aumentar mesmo após as paralisações. Ele disse que fechar as fábricas, no entanto, foi a decisão certa e que a empresa ainda poderá fechar mais instalações, se necessário. (AE)