A epidemia do coronavírus está fazendo com que haja um excesso de carne nas câmaras refrigeradas dos Estados Unidos, com o enfraquecimento da exportação para os consumidores atingidos pelo coronavírus. Em janeiro, a quantidade de frango nas câmaras americanas aumentou 12%, para 957,5 milhões de libras atingindo o nível mais alto já registrado para o período, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês). A quantidade de carne de porco armazenada cresceu 11% na comparação interanual.
A doença alterou a perspectiva de comercialização com a China, em virtude de uma redução no consumo de carne dentro do país asiático. Até o início do ano, entretanto, os frigoríficos americanos esperavam grandes pedidos de compradores chineses, em um cenário de menores tensões comerciais e em que a China precisa preencher um déficit de proteína depois de ter seu plantel atingido pela peste suína africana.
Os funcionários da indústria de carnes esperam que a epidemia represente um atraso temporário no aumento das exportações para a China. Segundo projeção do USDA, o país terá mais carne para comercializar este ano, já que as estimativas apontam para uma produção de carne vermelha 2,9% maior, enquanto a produção de aves deve crescer 3,9%.
Em contrapartida, os produtores não podem contar com o mercado interno dos Estados Unidos para absorver a proteína não entregue, afirma o economista do Steiner Consulting Group, Altin Kalo. “Simplesmente não podemos absorver internamente toda a proteína”, disse ele. “Se realmente desacelerarmos as coisas e não conseguirmos exportar produtos, será uma situação terrível”. (AE)