Yago Travagini é economista e consultor pela Agrifatto
Após um ótimo começo de mês, as exportações de carne bovina brasileira voltaram a recuar. A diminuição observada desta vez foi de 4,26% no volume médio diária de proteína bovina exportada, saindo de um valor de 8,59 mil toneladas/dia nos primeiros sete dias úteis de outubro/20 para 8,22 mil toneladas/dia nos 11 dias úteis de outubro/20. Apesar do recuo, a expectativa de rompimento das 170 mil toneladas no mês de outubro/20 continua em voga.
As renegociações continuam surtindo efeito, isso porque o preço pago pela tonelada da proteína bovina brasileira continuou em valorização, atingindo o valor médio de US$ 4,22 mil/t. Com isso a queda na receita foi de apenas 3,96%, saindo de uma média diária de US$ 36,09 milhões para US$ 34,66 milhões. Como o preço atual ainda é 5,61% menor que o de outubro/19, há ainda uma dificuldade grande para que a receita ultrapasse a máxima histórica de US$ 761,88 milhões.
Com um mercado interno mais ativo nas compras, demandando um maior volume, as exportações de milho voltaram a diminuir o ritmo de embarques em relação a primeira semana do mês. A média diária de cereal exportada caiu 9,21% nesta semana, estabelecendo-se próximo das 266,71 mil toneladas. Colocando assim, em cheque, a capacidade de outubro/20 ter um maior volume exportado que outubro/19.
A receita obtida com as vendas de milho recuou de maneira mais acentuada, saindo de uma média diária de US$ 50,36 milhões para US$ 44,60 milhões, caindo 11,44%. A queda maior da receita é justificada pela redução no preço médio pago pelo milho brasileiro, que saiu de US$ 171,40/t para US$ 167,20/t nesta semana. A percepção de que não atingiremos os US$ 1 bilhão em exportação de milho cresce.
A evolução do prêmio pago nos portos e o dólar elevado voltou a acelerar os embarques de soja nos portos brasileiros. O volume diário exportado pelo país cresceu 7,74% em relação a semana passada, chegando ao montante de 145,11 mil toneladas/dia. Ainda assim, o recuo frente a média diária do mês passado é de 31,86%.
A receita avançou a passos mais largos no comparativo semanal, saindo de US$ 48,08 milhões/dia para US$ 52,62 milhões/dia. O avanço de 9,43% foi auxiliado pelo aumento do preço de venda da oleaginosa, que voltou a ficar acima dos US$ 362/t. Apesar do avanço, a expectativa sobre as exportações continua de redução, graças a oferta escassa.

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