(Reuters) – Os ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizaram por unanimidade o início das tratativas de abertura de contencioso junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar barreiras impostas pela União Europeia à carne de frango brasileira.
A proposta foi encaminhada pelo Ministério da Agricultura depois que o bloco econômico decidiu embargar exportações alegando a presença da bactéria salmonella no produto, segundo comunicado oficial divulgado nesta quarta-feira.
“A comunidade europeia argumenta com uma questão sanitária, mas se os frigoríficos brasileiros pagarem uma tarifa de 1.024 euros por tonelada e mandarem tudo como carne in natura, o produto entra na UE sem problemas sanitários”, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em nota.
“Então não é uma questão de saúde. E é isso que nós vamos reclamar na OMC”, explicou.
Pagando a tarifa extra-cota, as exigências sanitárias quanto a salmonellas são reduzidas de 2.600 tipos da bactéria para dois, segundo o ministério.
A União Europeia decidiu na semana passada proibir as importações de produtos de carne, principalmente aves, de 20 fábricas brasileiras que eram autorizadas a exportar para o bloco europeu, em um desdobramento do escândalo gerado pela segunda fase da operação Carne Fraca, que teve a BRF como um dos alvos.
De acordo com esboço da decisão da UE obtido pela Reuters, a medida do bloco europeu atingiu 12 unidades da BRF, que é dona das marcas Sadia e Perdigão e é a maior exportadora de carne de frango do mundo.