Nos últimos dois dias, os países que formam o Brics se reuniram em Brasília. Na agenda dos presidentes da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, da Índia, Narendra Modi, da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e do anfitrião Jair Bolsonaro, estavam temas relacionados às políticas para aumentar as parcerias comerciais entre os países-membros do Brics. Entre elas protecionismo, barreiras comerciais, multilateralismo. “Queremos abrir a nossa economia, aumentar as exportações e as importações”, disse o presidente chinês em seu discurso.
No ano passado, os países do Brics importaram 84,3 milhões de toneladas de produtos do agronegócio brasileiro por US$ 38,4 bilhões, de um total geral de US$ 101,2 bilhões. Neste ano, até outubro, os dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que já foram vendidas 63,7 milhões de toneladas, por US$ 27,7 bilhões.
No mercado exportador de carnes, a bovina já bateu recorde de vendas neste ano. Em valores foram US$ 1,8 bilhão, contabilizadas até outubro. Há uma década, o Brasil faturava com esses países apenas US$ 956,2 milhões.
O mesmo vale se aves e suínos entrarem na conta. O mercado de carnes tem demanda crescente e um futuro promissor. Juntando os três segmentos, todos têm forte potencial de aumento de demanda e representam uma parte importante das exportações brasileiras. Não por acaso, nos últimos 10 anos as vendas de carnes aos países do Brics aumentaram de forma constante. Passaram de US$ 1,8 bilhão, em 2009, para US$ 3,5 bilhões em 2019, também o maior valor da história.
No caso da carne bovina, o grande destaque é a China. No ano passado, o país asiático comprou 322,4 mil toneladas por US$ 1,4 bilhão. Em 2019, esse valor já subiu para US$ 1,6 bilhão. Para Marcos Jank, professor sênior de agronegócio global do Insper e que esteve no Summit Agronegócio 2019, promovido pelo jornal O Estado de São Paulo nesta semana, além da China o Brasil deve apostar em países com potencial de crescimento. Os parceiros do Brics são um dos caminhos. “A Índia e a África têm 3 bilhões de habitantes, que serão 5 bilhões em 2050 e quase 7 bilhões em 2.100”, diz ele.
Confira no Brics Report, elaborado pela DBO, os principais dados do comércio do Brasil com os seus parceiros.