O presidente da BRF, Lorival Luz, disse na segunda-feira (26) que a alta no preço do milho estabeleceu um novo patamar de preços para as carnes de frango e suína e alimentos derivados, mas a BRF tem conseguido manter a competitividade por meio de sua estratégia de compra de insumos e fortes marcas.
“Os grãos são extremamente relevantes no custo de uma empresa como a nossa e de qualquer produtor… A indústria vai se adaptar a esse novo patamar (de preços)”, disse Luz em live promovida pela XP Investimentos.
Cerca de 70% do custo do suíno e do frango vivo vem do custo da ração e insumos de alimentação dos animais.
Luz disse que a BRF tem algumas vantagens como localização geográfica diversificada, produção integrada, escala e marcas fortes que permitem mitigar impactos negativos da alta dos grãos nas margens.
“Eu tenho produção no Sul e no Centro-Oeste. Então, eu tenho um acesso aos grãos (de forma) mais eficiente do ponto de vista financeiro. Além disso, tenho a capacidade de comprar no timing certo e ter capacidade de estocagem com um custo mais baixo”, disse Luz.
“Isso me garante – junto com o poder das nossas marcas, um produto com qualidade e preço adequado – ter uma margem sustentável.”
A produção integrada também permite que a empresa evite altas de preços dos animais no mercado spot, segundo Luz. “Quando o preço no Sul sobe no mercado spot, a gente não é impactado porque 95% da nossa produção é dentro de casa. Quem compra no spot sofre mais o impacto desse custo.”
O executivo disse que quase 80% dos produtos que a BRF vende no Brasil são de maior valor agregado, e grande parte das vendas de frangos e suínos in natura vai para os mercados de exportação, nos quais a empresa se beneficia do câmbio favorável.
A demanda por produtos de maior valor agregado tem crescido no mercado doméstico mesmo com os efeitos negativos da pandemia na economia, em momento em que os brasileiros aumentam o consumo de alimentos em casa, segundo Luz. (CarneTec)