A BRF registrou lucro líquido de R$ 902 milhões no quarto trimestre de 2020. O resultado é 32,6% maior do que o lucro de R$ 680 milhões verificado em igual período de 2019, informou a companhia em comunicado divulgado na noite de quinta-feira (25). A receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 11,474 bilhões, aumento de 23,5% sobre os R$ 9,290 bilhões do quarto trimestre de 2019.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF no último trimestre do ano alcançou R$ 1,587 bilhão, alta de 12,3% sobre o R$ 1,413 bilhão do mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda ajustado da BRF foi de 13,8%, ante 15,2% em igual trimestre de 2019. A empresa também apresentou uma comparação do Ebitda ajustado excluindo os efeitos tributários. Desta forma, houve alta de 13% na comparação interanual, passando de R$ 1,324 bilhão no quarto trimestre de 2019 para R$ 1,496 bilhão nos mesmos meses de 2020.
A companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 2,75 vezes, contra 2,5 vezes no mesmo período do ano anterior. A dívida líquida da empresa ficou em R$ 14,152 bilhões, R$ 883 milhões a mais que o reportado nos últimos três meses de 2019.
A BRF comercializou 1,198 milhão de toneladas de produtos de outubro a dezembro do ano passado, um avanço de 2,2% em comparação com as 1,173 milhão de toneladas de um ano antes. A empresa informou ainda um consumo de caixa de R$ 1,502 bilhão no período, decorrente de maior alocação de capital em estoques, contra consumo de R$ 114 milhões no quarto trimestre do ano anterior.
No segmento Brasil, a receita operacional líquida foi de R$ 6,395 bilhões, aumento de 25,8% em comparação com de igual intervalo do ano passado. O volume comercializado de carne de aves e suínos in natura e produtos processados somou 629 mil toneladas, 3,4% a mais na mesma base comparativa. O resultado foi impulsionado pelo crescimento de 6,8% nas vendas de produtos com maior valor agregado, como industrializados e margarinas, informou a BRF. Além disso, o preço médio dos produtos aumentou 21,6%, para R$ 10,17 o quilo.
Em comunicado publicado nesta quinta-feira, a empresa afirma que o desempenho comercial no País, somado à maior eficiência operacional, compensou os efeitos negativos do encarecimento dos grãos, além dos gastos com prevenção e combate à covid-19.
Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 4,708 bilhões, alta de 20% sobre o período encerrado em 31 de dezembro de 2019. No quarto trimestre, a companhia concluiu 3 habilitações, totalizando 44 novas habilitações de plantas para exportação em 2020. Nesse aspecto, a companhia destaca o incremento de 14,4% na receita líquida do segmento voltado para o mercado asiático, que somou R$ 1,5 bilhão. “O surto de peste suína africana continua impactando a oferta em diversos países asiáticos, resultando em maior demanda por produtos importados. Na China, por exemplo, mesmo com a recuperação parcial do plantel local e banimento de importação de outros países fornecedores, a demanda permaneceu aquecida e com preços atrativos, o que contribuiu para o aumento da receita líquida”, afirma a empresa, em nota.
A BRF atribuiu o seu resultado consolidado e o crescimento da receita ao melhor desempenho comercial do Segmento Brasil, ao aumento da receita líquida do segmento internacional, além dos efeitos da desvalorização cambial durante todo o ano de 2020. (AE)