A brasileira BRF, a maior exportadora mundial de carne de frango, segue enviando seus produtos ao exterior, apesar dos impactos do combate ao coronavírus na economia e na logística mundial. “Em relação às exportações, todos os volumes produzidos pela Companhia com destino à exportação estão sendo embarcados sem ruptura até este momento”, informou a empresa para a ANBA nesta sexta-feira (27), ao ser questionada sobre a regularidade da exportação e o abastecimento ao mercado árabe.

Entre as demais empresas consultadas pela ANBA sobre os embarques internacionais no atual cenário do coronavírus, a Marfrig, produtora de carne bovina, afirmou que mantém suas unidades em funcionamento para alimentar brasileiros e milhões de pessoas em mais de cem países. Já a Minerva, também de carne bovina, enviou nota na qual informa férias coletivas em quatro das suas unidades.

A BRF informou que “possui um planto de contingenciamento para garantir a operação no Brasil e no mundo e continua operando neste momento, mantendo o funcionamento de seus complexos industriais, centros de distribuição, logística, cadeia de suprimentos e escritórios de apoio, não apresentando qualquer alteração em sua programação de produção, operação e/ou comercialização”. 

A empresa afirma que mantém os embarques, e analisa cuidadosamente e constantemente todas as variáveis e possíveis cenários, por meio de um comitê permanente de acompanhamento multidisciplinar, formado por executivos e apoio de especialistas renomados, inclusive da área de infectologia. Além de exportar do Brasil para os países árabes, a companhia possui uma planta processadora em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, e anunciou abertura de unidade na Arábia Saudita.

A Marfrig divulgou comunicado no qual informa firmar compromisso com o Brasil, seus clientes, colaboradores e consumidores de operar suas unidades de produção e distribuição, seguindo os protocolos das autoridades de saúde dos países onde atua. “Hoje, todas as plantas da Marfrig, no Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Estados Unidos, estão em pleno funcionamento. Vamos trabalhar incansavelmente para mantê-las operando e, assim, fazer nossa parte para que não falte carne aos consumidores locais e aos nossos clientes de países para os quais exportamos”, disse.

A Minerva informou em nota divulgada que concedeu férias coletivas aos colaboradores das plantas de Janaúba, em Minas Gerais, José Bonifácio, em São Paulo, e Mirassol D´Oeste e Paranatinga, ambas no Mato Grosso, e adotou o home office para parte dos trabalhadores da área administrativa em São Paulo e Barretos. A empresa diz que as ações visam colaborar com as medidas adotadas pelas autoridades para o combate à propagação do novo coronavírus no País.

“A decisão também está alinhada à piora dos cenários doméstico e global, que inclui queda da demanda no segmento de food service e limitações logísticas em diversas partes do mundo”, informa a Minerva.

A companhia divulgou em outros momentos o food service como um dos seus grandes focos. O segmento, formado por restaurantes e refeições fora de casa, está sendo altamente impactado pela crise do coronavírus devido ao fechamento destes estabelecimentos em vários países. Grande parte dos restaurantes e lanchonetes passou a atender apenas por meio de delivery. A Minerva informou, ainda, que adotaria medidas comerciais para apoiar clientes do segmento de food service e seguiria colaborando com seus operadores logísticos.

A JBS foi consultada, mas afirmou que não conseguiria participar da reportagem.

Entre as entidades do segmento, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que “os setores de aves, ovos e suínos do Brasil estão empenhados na manutenção do fluxo de oferta de alimentos para a população brasileira, em meio à crise do covid-19”. A Associação Brasileira das Indústrias de Carnes (Abiec) divulgou comunicado em que garante o abastecimento do mercado interno e as exportações de carne bovina. (DBO)