O CEO da BRF, Lorival Luz, disse que a companhia tem argumentado com o Ministério da Agricultura contra as recentes suspensões da China às exportações de carne de alguns frigoríficos brasileiros. Para ele, a qualquer momento essas restrições podem ser revertidas, dada a ausência de fatos que sustentem as alegações chinesas. Atualmente, o Brasil tem seis plantas frigoríficas, de várias empresas, suspensas de exportar carne à China por causa de riscos ligados à covid-19, nas alegações dos chineses.
Em entrevista ao Broadcast Agro concedida na última quinta-feira (13), o CEO da BRF comentou que as decisões (de suspensão das plantas) do gigante asiático foram tomadas sem nenhuma análise técnica, com base em suposições não fundamentadas de risco de contaminação pelo coronavírus. “Nossos produtos seguem rigorosos testes de segurança, não temos nenhum funcionário contaminado, além das evidências científicas apontarem que não existe transmissão da doença via alimentos, sequer via embalagem”, garantiu.
Quanto ao mercado de carnes neste segundo semestre de 2020, Luz afirmou ser “positiva, com um equilíbrio entre a oferta e a demanda e uma estabilidade nos preços”. O executivo ressaltou, entretanto, a importância de monitorar os hábitos de consumo no fim do ano, em função do cancelamento de comemorações e da tendência de maior permanência dos consumidores em suas casas, tendo em vista a pandemia de covid-19.
Luz voltou a destacar o crescimento das vendas de produtos processados da companhia no Brasil ao longo do segundo trimestre, conforme resultado financeiro apresentado ontem pela empresa. “O nosso portfólio é efetivamente direcionado para produtos de maior valor agregado. É um segmento que tem crescido nos últimos dois anos e continua no foco da companhia”, disse Luz, acrescentando que quase 80% do portfólio da BRF é representado por produtos industrializados. (AE)