A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse na quarta-feira (25) que a missão ao Oriente Médio mostrou que o Brasil precisa diversificar a pauta exportadora. As informações são de nota divulgada no site do Mapa.

Nos quatro países árabes que visitou – Egito, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos –, há mercado para o Brasil vender produtos com maior valor agregado. Tereza Cristina citou, como exemplo, o Kuwait, onde a população consome produtos mais caros por ter uma renda per capita média de US$ 40 mil.

De acordo com a ministra, 70% da carne de aves consumida nesses países são provenientes do Brasil. Segundo ela, os produtores nacionais precisam levar itens diferenciados para a mesa dos árabes, como cortes especiais de carnes. “O Brasil vai ter de começar a pensar a exportar não só commodities, mas agregar valor”, disse a ministra na nota, ao fazer um balanço da missão durante entrevista à imprensa em Bonito (MS), onde conduz a 9ª Reunião dos Ministros da Agricultura do BRICS (grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

“Temos de acompanhar as tendências que o mundo quer, o que os consumidores querem”, acrescentou.

Segundo a ministra, os países demonstraram interesse em investir no agro brasileiro e em obras de logística, como rodovias e ferrovias. Outro pedido foi a realização de parcerias com a Embrapa para intercâmbio de experiências tecnológicas. Uma delas prevê o envio de 10 mil cabras para o Egito, medida que pode beneficiar o Nordeste brasileiro, onde há um centro avançado de pesquisas sobre caprinos e ovinos, localizado em Sobral (CE).

Na entrevista, a ministra destacou que a Carta de Bonito, declaração final da reunião dos ministros da Agricultura do BRICS, que termina nesta quinta-feira (26), refletirá “as políticas globais com cinco países que irão trabalhar em conjunto”.

Tereza Cristina voltou a criticar o protecionismo adotado pelos países ricos, como a imposição de altas tarifas e barreiras sanitárias e comerciais. “São ferramentas usadas pelos países, que estão acostumados a ter esses mercados e ficam incomodados com o protagonismo, principalmente do Brasil, na agropecuária. Essa é a crítica para que se melhore esse ambiente, pois o mundo precisa de muitos alimentos.” (CarneTec)