Milho
A queda cambial tem causado impacto no mercado do cereal, travando a comercialização no mercado interno, ao mesmo tempo em que desestimula novas negociações para exportação.
O fato é que as indicações já se mostram menores, com o indicador do CEPEA acumulando desvalorização de 2,0% na comparação semanal. O último levantamento do CEPEA ficou em R$ 42,71/sc (+0,38% na comparação diária).
Em Primavera do Leste/MT, as negociações também esfriaram, já que a ponta compradora resiste em subir suas propostas, com a disputa de preços ficando na faixa entre R$ 30,00 e R$ 33,00/sc.
O ritmo de negociação em Goiás não é diferente, com o levantamento da Esalq para Rio Verde preservando cotações entre R$ 33,70 e R$ 34,15/sc.
Boi gordo
A arroba do boi gordo mantém o seu movimento de alta nesta semana, refletindo oferta restrita, escalas encurtadas e também a expectativa de maior consumo no início de novembro.
Ontem (30), o indicador Esalq/B3 fechou em R$ 167,40/@ – alta de 0,30% no comparativo diário e aumento de 2,57% ante a semana anterior.
A máxima e a mínima do fechamento da véspera também contaram com altas significativas, cotadas em R$ 177,54/@ e R$ 159,34/@, respectivamente.
Na B3, o contrato para outubro/20 atingiu a máxima histórica (já corrigida pela inflação), com fechamento na véspera em R$ 186,25/@ (30/out).
Por fim, a taxa de juros Selic foi ajustada para 5% pelo Copom ontem (30) – corte de 0,5 p.p. A taxa alcança um novo piso histórico, e segundo o Banco Central, é possível que haja um novo corte de meio ponto percentual até o fim do ano.
Soja
E se as variações cambiais impactaram o mercado de milho, para a soja não poderia ser diferente.
Desde o dia 21 deste mês, o dólar caiu 3,62%, passando de R$ 4,129 para a parcial hoje (31) em R$ 3,982. Neste mesmo período, o indicador do CEPEA caiu em intensidade ligeiramente menor, a queda de 2,62% passou a referência da Esalq de R$ 89,82 para R$ 87,47/sc.
As desvalorizações no mercado físico também travaram a comercialização, ampliando uma queda de braço entre as pontas envolvidas no mercado.
Além da movimentação do câmbio, o cancelamento da cúpula da Apec que ocorreria nos dias 16 e 17de novembro no Chile é outro destaque. Esperava-se um possível avanço da relação sino-americana, com o mercado ansioso pela assinatura de um acordo inicial entre as duas potências.
Mas o cancelamento do encontro não impactou em preços, já que existe a expectativa de que o acordo possa ser assinado em uma próxima oportunidade.