Boi gordo tem alta em todas as praças e indica reação do mercado
Estabilidade recente e demanda sazonal impulsionam expectativas para agosto; exportações seguem firmes apesar de tarifas dos EUA
Boi gordo 
O mercado do boi gordo vem apresentando recuperação nos últimos dias, com cotações mais estáveis, contrariando a expectativa baixista para o mês vigente. Nesta quarta-feira, houve alta em todas as nove praças pecuárias monitoradas. Entre os destaques, o Pará registrou o maior aumento, de 2,11% na comparação diária, com a arroba cotada a R$ 278,23. Na mesma direção, o Mato Grosso do Sul teve alta de 1,45%, sendo a segunda praça com maior valorização; a arroba fechou o dia precificada a R$ 302,92. No mercado futuro, a B3 encerrou o pregão em cenário de valorização: o contrato com vencimento em setembro de 2025 avançou 1,17% na comparação diária, sendo negociado a R$ 323,10/@.
Desde o início do mês, o mercado do boi gordo sofreu forte pressão de baixa, porém, nos últimos dias, demonstrou sinais de estabilidade, com leve recuperação. Para agosto, espera-se uma retomada gradual dos preços, impulsionada pela entrada dos salários e pela demanda sazonal do Dia dos Pais. No cenário externo, mesmo com a oficialização das tarifas de 50% pelos Estados Unidos, o Brasil manteve ritmo forte de exportações, podendo ampliar sua presença em novos mercados diante da possível realocação da oferta global.
Milho
A cotação do milho no mercado físico segue em queda na semana e encerrou a última quarta-feira (30) com desvalorização de 0,20% frente ao dia anterior, com a saca cotada a R$ 63,51 na praça de Campinas/SP. Já na B3, os contratos futuros do cereal, que iniciaram o pregão com leves ganhos, avançaram de forma expressiva à tarde, com a movimentação em Chicago que deu ânimo às cotações. O contrato setembro/25 (CCMU25) fechou em alta de 2,66% em relação ao pregão anterior, negociado a R$ 66,88 por saca.
Em Chicago, após três pregões de queda e atingir as mínimas do ano, o mercado passou por um movimento de correção nas cotações e encerrou em alta. A ausência de acordos claros entre os EUA e seus principais compradores de commodities agrícolas segue pesando nos negócios, somada às expectativas de uma safra recorde no país. O contrato setembro/25 (ZCU25) avançou 0,64%, cotado a US$ 3,9175 por bushel.
Soja 
No mercado interno, a soja fechou em leve alta. A valorização foi de 0,10%, com a saca negociada a R$ 137,99 na praça de Paranaguá/PR. O dólar futuro, que apresentou fortes oscilações ao longo do dia, encerrou próximo da abertura, com o contrato de agosto/25 (DOLQ25) recuando 0,09%, cotado a R$ 5,564.
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja seguem em tendência de queda. A ausência do principal importador, a China, aliada às previsões de temperaturas mais amenas e chuvas no Meio-Oeste norte-americano, reforçam as expectativas de grandes safras, pressionando as cotações. O contrato agosto/25 (ZSQ25) caiu pelo oitavo pregão seguido, recuando 1,43% e cotado a US$ 9,6775 por bushel.