Colheita avança, mas prêmios nos portos sustentam a cotação do milho no país
A procura por grãos nos portos brasileiros está crescendo, no caso do milho, os prêmios avançaram mais de 27% durante a última semana, e mesmo com a colheita avançando, as cotações seguem sustentadas.
Milho
A última semana de julho/20 começa com os preços físicos do milho elevados, mas pressionados pela oferta advinda dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. O patamar dos R$ 48,00/sc deve ser testado durante esta semana no Estado de São Paulo, e pode ser rompido a depender do desempenho do dólar. Ainda assim, não há muito espaço para maiores quedas, já que a pressão nos portos está aumentando, com o prêmio em Santos se valorizando mais de 27% durante a última semana.
Na B3, o vencimento setembro/20 deve continuar a ser pressionado pelo dólar e pela oferta no físico, o ágio entre o preço atual e o contrato para setembro/20 está praticamente zerado. Em Chicago, os preços sentiram levemente a perspectiva de melhora no clima para as próximas semanas, o vencimento setembro/20 encerrou o dia com queda de 0,53%, ficando cotado a US$ 3,26/bu.
Boi gordo
Poucas novidades no mercado do boi gordo, a semana encerrou com poucas negociações no radar e altas sutis nas indicações da arroba. A oferta reduzida de animais prontos para abate segue como principal fator de sustentação dos preços nos patamares atuais. Em São Paulo, as escalas de abate fecharam o dia com 8,0 dias úteis, acima da média parcial anual, que gira em torno de 6,0 dias úteis.
No atacado, o cenário começa a dar sinais de mudança, as cotações consolidadas em R$ 14,30/kg para a carcaça casada bovina imprimem um aumento de R$ 0,30/kg ante a semana anterior. O comportamento do varejo com possíveis aumentos da proteína bovina durante esta semana poderá ditar uma nova aceleração do atacado nas próximas semanas.
Soja
A soja brasileira terminou a semana batendo o recorde nominal histórico no indicador Cepea, atingindo os R$ 117,35/sc. A pressão sobre os preços vem do interior do país, onde as esmagadoras continuam aumentando as ofertas, e com isso a disputa nos portos aumenta, inflando as cotações dos prêmios. O avanço desse na última semana rompeu a casa dos 6%, tanto em Paranaguá quanto em Santos.
O cenário nos EUA continua afastando movimentos especulativos maiores na CBOT, a incerteza sobre até onde vai as alfinetadas entre norte-americanos e chineses cria uma aversão ao risco na soja. Com isso, a movimentação padronizada na oleaginosa é “de lado”, o vencimento para março/21, encerrou o dia sem variação, ficando cotado a US$ 9,01/bu.
Agrifatto