Colheita do milho se inicia no Mato Grosso e preço físico inicia curva de desvalorização
Com o milho 2ª safra já sendo colhido no país, oferta começará a aparecer de maneira mais sólida no mercado físico e cotação já começou a sentir os impactos disso, principalmente nas áreas onde a safra virá cheia.

Milho 

O milho da segunda safra brasileira começou a ser colhido, em Mato Grosso o Imea informou que todas as regiões do Estado já colheram algum cereal na última semana, o Instituto já estima que 0,68% da área foi colhida nesta primeira semana. A disponibilidade de cereal chegando ao mercado já fez o preço físico no MT recuar e chegar a ser cotado próximo dos R$ 37,00/sc. A pressão negativa deve continuar conforme a safra ir chegando ao mercado.

Na volta das operações pós feriado nos EUA, os vencimentos futuros na CBOT registraram poucas variações, o contrato para julho/20 registrou alta de 0,31%, o mercado norte-americano aguarda novidades e se posiciona próximos dos US$ 3,20/bu. Os informes de plantio nos EUA demonstraram que a semeadura caminha para o fim no país, com 88% do cereal já semeado, a média dos últimos cinco anos para este mesmo período é de 82%. O mercado climático nos EUA se aproxima.

Boi gordo 

O início desta semana foi caracterizado por lentidão e estabilidade no mercado spot de boi gordo. As negociações, apesar de acontecerem em volume pequeno, continuam com firmeza de preços enquanto a produção nos frigoríficos permanece extremamente cautelosa e a boiada retida no pasto.

Por outro lado, devido as vendas enfraquecidas no atacado, a carne bovina, inclusive o dianteiro – que vinha demonstrando firmeza -, começa a receber ajustes negativos. Há esperança de melhora nas vendas amanhã, quinta-feira, dia marcado por maior atividade. No varejo, a carne bovina perde espaço e rotatividade para proteínas mais baratas, sendo substituída por frango, suíno e ovos.

Soja 

O dólar continua a não dar trégua para a soja, a queda na divisa norte-americana hoje foi de 2,11%, ficando cotado próximo dos R$ 5,35. Desde o pico no dia 13/05/2020, o dólar já recuou mais de 9%, a soja no mesmo período se desvalorizou mais de 6%. Com a estabilidade política e o ambiente econômico externo mais calmo a divisa norte-americana se acalma no Brasil e se encaminha para fechar o mês abaixo do valor que havia iniciado.

Nos EUA, o plantio da soja avançou 12 p.p. e já atinge 65% da área estimada, no comparativo com a média dos últimos cinco anos a diferença é de 10 p.p. para mais. Na CBOT, a oleaginosa registrou valorização de 1,65% na terça-feira, de olho na perda de competividade do grão brasileiro (devido à valorização do real frente ao dólar), ainda assim, as tensões EUA-China continuam no radar e dificultam uma valorização contínua na soja dos norte-americanos.

Agrifatto