Relatório do USDA faz preços nos EUA voltarem a subir
Com forte piora nas condições das lavouras de soja e milho, preços voltam a subir com força nos EUA, com oleaginosa atingindo maior valor dos últimos 6 meses e com o cereal chegando a máxima dos últimos 47 dias.
Milho
Após a divulgação do relatório de safra divulgado na segunda-feira pelo USDA, o dia de ontem foi agitado nos EUA. O vencimento para setembro/20 do milho na CBOT registrou alta de 2,71%, fechando o dia a US$ 3,41/bu, maior preço dos últimos 47 dias. O relatório do USDA demonstrou uma queda de 5 p.p. nas condições boas/excelentes da safra de milho norte-americana, respondendo ao tempo seco e em pelos ventos em Iowa, onde as condições da safra de milho estão nos piores níveis das últimas oito safras.
No Brasil, as cotações no mercado físico e futuro avançaram se baseando na CBOT, o contrato para setembro/20 encerrou o dia com alta de 1,42%, cotado a R$ 61,39/sc. O preço do milho continua a avançar, apesar do balanço de oferta e demanda estar demonstrando estoques estáveis. Dólar e o posicionamento sólido do agricultor em não negociar o restante de cereal disponível dificultam a desvalorização do cereal.
Boi gordo
Dia parado no mercado atacadista de carne bovina. Relatos apontam para um afastamento dos pequenos e médios frigoríficos, que atendem majoritariamente o mercado interno e sofrido com a subida da arroba, o que tem deixado ainda mais escassa a oferta de carnes. Neste sentido, o cenário começa a apontar para uma possível alta na próxima semana, em vista a maior movimentação no varejo.
Na B3, os futuros seguem firmes e fortes, alcançando preços recordes. O outubro, encerrou o dia em R$ 235,90/@, alta diária de 0,79% e 1,19 mil contratos negociados na terça-feira. Para novembro e dezembro, as indicações foram R$ 238,75/@ (+0,53%) e R$ 239,25/@ (+0,95%), respectivamente.
Soja
O preço da oleaginosa no Brasil voltou a subir novamente no mercado físico, desta vez, o apoio para a alta veio de Chicago, onde a cotação da soja subiu 1,56%, com o vencimento setembro/20 atingindo os US$ 9,14/bu, rompendo assim o maior valor dos últimos 174 dias. A pressão dos preços nos EUA adveio principalmente da pior na qualidade da safra norte-americana, que viu as condições boas/excelentes recuar 3 p.p. no comparativo semanal.
No Brasil, as cotações voltaram a ficar acima dos R$ 132,50/sc, mesmo com o recuo do dólar para o patamar de R$ 5,23. A pressão de Chicago refletiu diretamente sobre os preços pagos nos portos brasileiros, no entanto, a escassez de produto no mercado interno dificulta as negociações e trava maiores valorizações do produto brasileiro.
Agrifatto