Pressionado pelo clima bom, milho em Chicago cai mais de 2%
A forte desvalorização do cereal foi puxada pelo bom padrão climático que está se consolidando nos EUA e também pelas incertezas sobre a 2ª onda da COVID-19.
Milho
Na quinta-feira a maior pressão veio de fora do país, já que em Chicago tivemos mais um dia negativo, com as cotações do milho para o vencimento julho/20 se estabelecendo em US$ 3,17/bu, desvalorizando 2,16% no comparativo diário. Desde que a semana se iniciou, a cotação do cereal nos EUA vem registrando desvalorizações, com uma queda de mais de 5% no acumulado da semana. Desta forma, mesmo com o dólar a R$ 5,33, a competividade do milho brasileiro no mercado externo se mostra fragilizada, já que o cereal norte-americano está se mostrando até 5% mais barato que o brasileiro.
Ainda assim, o mercado físico da quinta-feira mostrou cotações do milho no Brasil sustentadas no patamar de R$ 47,00/sc em São Paulo, e com o vencimento para julho/20 na B3 a R$ 46,10/sc, ou seja, o mercado futuro visualiza que mesmo com a chegada da safra o milho cairia apenas R$ 0,90/sc frente aos preços atuais até o fim de julho/20, mesmo com mais de 80% do milho ainda a ser colhido no país.
Boi gordo
Dia marcado pela menor liquidez no mercado spot de boi gordo, entretanto, a pressão positiva na arroba continua. Nas praças paulistas o ambiente é de firmeza, negociações do chamado “boi comum” começam a aparecer na casa dos R$ 210-215,00/@. Para aqueles destinados ao mercado externo, o preço predominante é R$ 220,00/@. As programações de abate encerraram a quinta-feira (25) com 5 dias úteis.
No atacado as novidades são poucas. As vendas se mantêm travadas pelo impasse gerado entre a indústria e os compradores, que resistem em ceder aos reajustes positivos, com a carcaça casada orbitando a faixa dos R$ 13,80/kg. Neste ambiente de incerteza e estoques enxutos, as expectativas são voltadas para, ao menos, a estabilidade de preços no curtíssimo prazo.
Soja
Com pouca movimentação no dólar e em Chicago, o dia foi estável para a soja brasileira no mercado físico, o recuo de 4% nos prêmios nos portos brasileiros, reduziu os preços para exportação. No entanto, com a demanda interna das esmagadoras aumentando, o spread de preços para exportação e mercado interno vai se reduzindo, e, tornando as cotações de soja mais parelhas em todo o território brasileiro.
Diferentemente do milho, a soja em Chicago não sentiu o aperto dado pelo mercado nas cotações, o vencimento para mar/21 recuou apenas 0,34%, fechando a quinta-feira a US$ 8,67/bu. A pressão negativa que o bom padrão climático vem imprimindo sobre os grãos nos EUA, se dissipou na soja graças aos bons volumes exportados nas últimas semanas, no entanto, com o acordo comercial EUA-China ainda fragilizado, novidades podem aparecer.
Agrifatto