Milho
Nesta terça-feira (23), os contratos futuros de milho avançaram na Bolsa de Chicago (CBOT), influenciados pela leve piora na qualidade das lavouras norte-americanas. O vencimento dezembro/19 subiu 4,75 cents e fechou em US$ 4,135/bushel.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou em seu relatório divulgado nesta semana que 35% da safra havia formando espiga até a última semana, ante 66% na média dos cinco anos anteriores.
O mercado doméstico ignorou a alta de mais de 1% do cereal na CBOT e a valorização do dólar ante o real, que poderiam trazer sustentação aos preços brasileiros. O indicador Cepea/Esalq fechou em baixa de 0,73%, com a saca 60 quilos de milho cotada em R$ 36,47.
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita da safrinha de 2019/20 em Mato Grosso atingiu 86,1% da área plantada, e segue adiantada em relação ao mesmo período do ano passado (65,7%).
Desde o início de junho, navios iranianos carregados com milho estão ancorados no Brasil, sem combustível para retornar ao Irã e com empresas brasileiras se recusando a reabastecer a embarcação, devido a sanções dos Estados Unidos.
O Irã é o maior comprador do cereal brasileiro, sendo destino de 27% do volume exportado em 2018. O mercado deve ficar atento com atento com o desenrolar da situação.
Boi gordo
Aguardando definições sobre novas habilitações de plantas para a China, mercado futuro recua.
Além disso, o escoamento de carne bovina do atacado segue lento na segunda metade deste mês e, com escalas ainda acima da média deste ano, preços seguem lateralizados no mercado físico.
No atacado, a carcaça casada bovina recuou 0,82% na última semana e está cotada em R$ 10,24/kg. No mês, acumula queda de 2,66%.
O cenário pode melhorar nas próximas semanas, com indústrias encontrando maior dificuldades na aquisição de animais terminados e, consequentemente, aumentando as indicações. Além disso, há um maior consumo sazonal no início de cada mês.
Ontem (23), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 153,90/@, alta de 0,56% ante o fechamento anterior.
No mercado futuro da B3, os contratos recuaram. As inspeções chinesas a plantas frigoríficas de suínos e aves no final da última semana acabou gerando um cenário otimista também no boi gordo, que agora volta aos patamares “pré-inspeções” (ou até mesmo abaixo).
O vencimento julho/19 caiu 0,81% e fechou ontem em R$ 153,50/@. Já o contrato para outubro/19 recuou 0,92% e encerrou o dia em R$ 161,80/@.
Soja
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros de soja recuaram ontem (23), pressionados por pela melhora na qualidade das lavouras e expectativa de um clima mais ameno no cinturão agrícola norte-americano.
O vencimento dezembro/19 caiu 2,00 cents e fechou o dia em US$ 9,0375 por bushel. O dólar à vista subiu 0,92% nesta terça, e terminou o dia cotado em R$ 3,7728.
O mercado deve seguir atento ao clima do país nas próximas semanas e as negociações comerciais entre China e Estados Unidos, sob a possibilidade de compra chinesa ainda não confirmada.
No mercado interno, a valorização do dólar ante o real contrabalançou a queda na CBOT, portanto o preço subiu ou se manteve estável nas principais praças brasileiras.
Em Paranaguá, os preços pouco variaram, e de acordo com o indicador Cepea/Esalq, a saca do grão fechou em R$ 77,97 (+0,21%).
Em algumas praças, a ponta compradora avançou no preço oferecido pela oleaginosa, porém vendedores ainda se recusam a negociar pelo preço ofertado e preferem aguardar o desenrolar das lavouras norte-americanas.