Milho
Ontem (23/mai), o secretário da Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, anunciou um programa de ajuda aos produtores norte-americanos de 16 bilhões de dólares.
O valor deve ser destinado para abertura de novos mercados, além do pagamento direto aos produtores dos EUA.
E assim, o tamanho da área a ser cultivada nos EUA continua no radar, já que além dos problemas climáticos, a ajuda do governo norte-americano também pode alterar o planejamento desta nova temporada.
O anúncio refletiu em quedas para os grãos ontem na bolsa de Chicago, com o contrato para julho caindo 1,10% para US$ 3,90/bushel. Além disso, também houveram ajustes técnicos para as cotações na B3, com o mesmo vencimento caindo 0,60% para R$ 34,50/sc.
Já nesta manhã (24/mai), as cotações retornam ao campo positivo, recuperando as perdas da véspera.
Vale destacar que as exportações estarão no centro da mesa neste ano, com expectativas de volumes recordes sendo enviadas pelo Brasil. A forte demanda internacional e o câmbio favorável aos embarques devem trazer sustentação às cotações no médio prazo.
Já em prazo mais curto, a colheita deve ganhar fôlego, pressionando os valores no mercado físico, que contaram com variações mais comedidas nos últimos dias, em virtude de liquidez menor no spot.
Boi gordo
Em tempos de consumo fraco, indústrias administram escalas e arroba deve seguir pressionada na próxima semana.
O escoamento mais lento da carne bovina do atacado na segunda metade do mês diminui a pressão compradora, e arroba recua nas praças em que frigoríficos encontram facilidade na originação.
O bom ritmo das exportações servem de suporte aos preços, limitando quedas maiores da arroba. Embora o número de plantas habilitadas a exportação seja limitado, animais com “selo exportação” aumentam a remuneração do pecuarista entre R$ 2 e R$ 5,00/@.
Com a proximidade da liquidação do contrato futuro de maio/19, os preços da B3 devem se aproximar dos fechamentos do indicador, que tem apresentado volatilidade nos últimos fechamentos, prejudicando a liquidez em bolsa.
Ontem (23/mai), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 153,75/@, alta de 1,79% no comparativo diário.
Na B3, os contratos futuros do boi gordo recuaram ontem. O vencimento maio/19 caiu 0,03% e fechou em R$ 152,65/@. Já o contrato para outubro/19 encerrou o dia em R$ 162,40/@ (-0,03%).
No atacado, ainda que com pequenas variações, a carcaça casada bovina segue recuando na semana, e está cotada em R$ 10,40/kg. O spread (diferença de preços entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo) está em 1,46%.
Soja
A retórica entre EUA e China continua, com o presidente norte-americano, Donald Trump, prevendo um final rápido para a disputa comercial entre os dois países.
Além disso, Trump confirmou que irá se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, na próxima reunião do G20 em junho, no Japão.
A questão é que o cenário se mantém nebuloso, com o anúncio do pacote de ajuda do governo dos EUA aos seus produtores, podendo estimular o aumento da área plantada com a soja – o programa prevê o pagamento de subsídio US$ 2,00/bushel de soja.
Ao mesmo tempo, o clima nos EUA não oferece trégua, com os mapas climáticos ainda apontando para fortes chuvas nos próximos dias.
Ou seja, gradualmente, o clima vai impactando negativamente sobre a nova temporada nos EUA – este cenário tem potencial de pressionar para cima as cotações. Por outro lado, a ajuda do governo norte-americano, pode estimular aumento da área com soja e limitar, em alguma medida, a valorização das cotações.
O fato é que os prêmios brasileiros continuam com sua escalada a novos patamares mais altos, subindo a US$ 1,35/bushel para os embarques de agosto/19. Trata-se dos maiores patamares em quase 12 meses.
Na esteira, as referências domésticas se fortalecem, e o indicador do CEPEA avança para R$ 80,48/saca (+ 0,69%) – mantendo os maiores patamares do ano.