Pressão de oferta dissipada?
Preços de soja e milho apresentam sustentação no mercado doméstico brasileiro, que apesar da queda da moeda norte-americana, pegam carona na valorização da CBOT após ataques russos aos portos ucranianos
Milho
O movimento de retração por parte dos vendedores faz com que o cereal se valorize no mercado físico brasileiro e, em Campinas/SP, o milho é comercializado na faixa de R$ 54,00/sc. Mesmo com a recuperação das cotações do cereal em Chicago, a forte queda do dólar refletiu em pequenos recuos para os futuros de milho no dia de ontem na bolsa brasileira. O vencimento set/23 (CCMU23) variou -0,59% e terminou o pregão regular de 4ª feira (23) cotado em R$ 53,53/sc.
Novos ataques russos à infraestrutura de exportação da Ucrânia novamente adicionaram prêmio de risco às cotações futuras de trigo e milho na CBOT, apesar dos bons rendimentos das lavouras norte-americanas de milho reportados pela Pro Farmer. O vencimento set/23 (CU23) acelerou +2,09% e encerrou a sessão diurna de quarta-feira cotado em US$ 4,76/bu.
Boi gordo
Mais um dia de queda intensa no mercado do boi gordo. A facilidade dos frigoríficos em compor escalas é a principal justificativa para a pressão negativa das cotações. Em São Paulo, a cotação do animal pronto para abate é cotado a R$ 204,00/@, com recuo de 3,0% e acúmulo de queda de 5,4% ante quarta passada. Na B3, os contratos futuros são mantidos em desvalorização, com exceção à set/23, que encerrou o dia com valorização diária de 0,25% e precificação final de R$ 202,80/@.
Após valorização de 28,2% nas últimas 4 semanas, o ímpeto de alta do boi gordo (em dólares) na Argentina reduziu, com o animal pronto para o abate avançando “apenas” 0,77% e fechando a última semana à US$ 68,60/@, sendo o boi gordo mais caro da América do Sul. No Brasil, os preços continuam caindo devido a queda no valor do animal e do real frente ao dólar, o que trouxe a cotação para a casa dos US$ 43,54/@ em São Paulo, queda semanal de 1,8%, seguindo como o mais barato do mundo exportador.
Soja
Apesar da queda do dólar para próximo dos R$ 4,86, a valorização da soja na CBOT fez com que os preços andassem de lado no Brasil. Em Paranaguá/PR, a oleaginosa é cotada a R$ 149,00/sc.
Valorizações superiores a 1% foram registradas para os futuros do grão de soja durante a última quarta-feira em Chicago. Além do aumento das tensões relacionadas ao conflito Rússia e Ucrânia também reverberar sobre o complexo soja, as condições de clima no meio-oeste dos EUA e os resultados do crop tour da Pro Farmer seguem no radar do mercado. O vencimento nov/23 (ZSX23) fechou o pregão regular de 23/08 a US$ 13,61/bu, alta diária de 1,08%.