Saindo do atoleiro?
Limitação logística na Argentina, redução de safra na Ucrânia e leste europeu com dólar em alta atraem demanda para o milho brasileiro mesmo com cenário baixista para o cereal em Chicago.
Milho
Com demanda mais ativa os preços do cereal no mercado físico ganham sustentação com a saca em Campinas/SP a R$57,50/sc. Valorizações superiores a 1% chegaram a ser registradas para os futuros de milho durante a última sexta-feira na B3, influenciados pelo avanço do dólar ante o real e pelo movimento mais estável dos futuros do cereal na CBOT. O contrato para setembro/24 (CCMU24) variou +1,53% e terminou o pregão regular de 19/07 cotado a R$ 59,14/sc.
Em Chicago, os futuros de milho apresentaram tímidos recuos ao longo da última sexta-feira, reagindo à desvalorização de todo complexo soja na CBOT, apesar do movimento de alta dos futuros de trigo. Além disso, as cotações foram influenciadas pelo contexto de elevada oferta da commodity nos EUA, onde o USDA estima a produção em 24/25 no país alcançando 383,56 milhões de toneladas. O futuro de milho para setembro/24 (CU24) oscilou -0,19% e fechou a sessão de 19/07 cotado a US$ 3,91/bu.
Boi gordo 
A sexta-feira foi de estabilidade para o boi gordo na maioria das praças pecuárias do país. Ainda que os pecuaristas pressionem por reajustes maiores e mais intensos, mas as indústrias se mantêm firmes nas ofertas e fazendo compras compassadas. O destaque negativo ficou com o Pará que registrou recuo de 0,29%, e ficou cotado a R$ 207,35/@. O mercado físico respaldou a movimentação calma na B3, onde quase todos os contratos tiveram leves ajustes positivos. O contrato para ago/24 apresentou a maior alta (0,26%) e ficou cotado a R$ 234,45/@.
Após a notificação de um foco de Newcastle em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o Brasil suspendeu temporariamente as exportações de carne de aves para a Argentina, União Europeia e China, que responderam por mais de 12% das exportações brasileiras de carne de aves em 2024. Além disso, 31 países limitaram a importação de carne do estado afetado e 15 países não comprarão da área restrita. Este fato poderá causar quedas nas cotações do frango a curto prazo no mercado doméstico, impactando a demanda das demais proteínas animais.
Soja 
A saca de soja no mercado brasileiro encerra a semana em ligeira valorização com a referência em Paranaguá/PR a R$136,50/sc.
Os futuros do grão de soja finalizaram a sexta-feira em território negativo na CBOT, acompanhando o movimento de baixa dos derivados da oleaginosa e do petróleo WTI, além das condições favoráveis ao desenvolvimento da safra norte-americana de soja. O contrato para novembro/24 (ZSX24) desvalorizou 0,67% e encerrou a sexta-feira (19) cotado a US$ 10,36/bu.
Os futuros do farelo de soja também seguiram pressionados para baixo e acumularam perdas durante a última sexta-feira em Chicago. O contrato para dezembro/24 (ZMZ24) retrocedeu 1,28% e foi precificado a US$ 307,50 por tonelada curta.