Milho
A combinação entre a baixa disponibilidade de milho e a retração vendedora faz com que a ponta consumidora precise oferecer prêmios melhores para originar o cereal.
E apesar do avanço rápido da referência paulista, o que se registra é um mercado também fortalecido pelo interior do país, com esse cenário preservando o basis dos outros estados frente o indicador da praça paulista.
Por exemplo, o valor médio para o milho mato-grossense, fica em torno de R$ 18,00/sc abaixo do balizado no balcão de SP – proporção bastante parecida com esta mesma época em 2018.
Mas o destaque fica para o basis do milho em MG, com a referência no Triângulo Mineiro ficando em torno de R$ 6,00/sc abaixa da referência da Esalq. Nesta mesma época do ano passado, a proporção era de -R$ 8,45/sc.
E ainda, os preços futuros têm se mostrado lateralizados nos últimos 7 dias, resistentes em avançar além dos patamares atuais. Neste sentido, o avanço do plantio em ritmo aquecido com previsões climáticas no curto prazo pode aliviar essas cotações.
Por outro lado, o mercado físico deve continuar fortalecido nas próximas semanas, o que limita um possível movimento de ajuste.
Boi gordo
Na quarta-feira (20), a dificuldade dos frigoríficos de comprar matéria-prima refletiu em indicações de compra maiores nos estados levantados pela Agrifatto.
Em São Paulo e Goiás, as indicações da arroba a prazo (e para descontar impostos) avançaram 0,32 e 1,00% no comparativo diário, e estão cotadas em R$ 154,70 e R$ 143,80/@, respectivamente.
Na contramão, a carne bovina perdeu fôlego no atacado e recuou 0,48% ao longo desta semana, cotada em R$ 10,38/kg.
Ontem (20/fev), o indicador Esalq/BM&F ficou em R$ 149,70/@, alta diária de 0,03%. Assim, o spread (diferença de preços) entre a carne bovina no atacado e a arroba do boi gordo, que estava em 4,49% na terça-feira (19), recuou para 3,96%.
A chegada do feriado de carnaval pode acelerar o escoamento no atacado.
Na B3, os contratos futuros mais curtos recuaram. Os vencimentos fevereiro e maio fecharam o dia em R$ 151,40/@ (-0,26%) e R$ 150,70/@ (-0,23%), respectivamente. Já o vencimento outubro ficou estável ante a véspera, cotado a R$ 156,60/@.
Soja
O último indicador do CEPEA para a soja fechou com leve reajuste positivo de 0,05%, e parcial em R$ 77,40/sc.
Esse patamar acima de R$ 77,00/sc vem sendo mantido nos últimos 30 dias. Ou seja, apesar do avanço rápido da colheita, o mercado vem conseguindo manter sustentação.
Aliás, a colheita da soja alcança proporção próxima a 40% na média brasileira. No Mato Grosso, os trabalhos em campo alcançam 68,76% – avanço de 15,50 p.p. na última semana, e bastante acima do ano passado, quando estava com 24,60% da área colhida.
Os prêmios nos portos colaboram para cotações mais firmes, sendo novamente corrigidos para cima ontem (20.fev) e balizando-se entre US$ 0,65 e US$ 0,67/bushel para embarques nos próximos meses.
Por outro lado, a acomodação dos preços futuros em Chicago (acumulando queda em torno de 1,60% desde o início deste mês), combinado com o câmbio em torno de R$ 3,70, limitam fôlego mais forte para os preços domésticos.
Por fim, enquanto a disputa comercial entre EUA e China se prolongar, a soja brasileira deverá ser beneficiada, com cotações firmes apesar do período de safra. O mesmo cenário registrado no ano passado.
Cotações parciais
Boi gordo
Fev/19: 151,35 / 0,00
Mar/19: 151,70 / 0,00
Abr/19: 151,35 / 0,00
Mai/19: 150,50 / 0,00
Out/19: 156,50 / 0,00
Milho
Mar/19: 41,54 / -0,11
Mai/19: 39,45 / -0,25
Jul/19: 36,00 / 0,00
Set/19: 35,80 / -0,15
Soja – B3
Mar/19: 21,82
Soja – Mini contrato – CME (B3)
Mar/19: 19,87 / 0,00
Mai/19: 20,22 / 0,00
Jul/19: 20,50 / 0,00
Soja – CBOT
Mar/19: 907,00 / 4,50
Mai/19: 920,75 / 4,75
Jul/19: 934,25 / 4,50
Ago/19: 939,75 / 4,50
Dólar comercial: 3,74
Dólar Futuro
Fev/19: 3742,00 / 15,00
Mar/19: 3742,00 / 0,00
Abr/19: 3731,94 / 0,00