Demanda por grãos americanos vai reagir?
Apesar dos bons números nas vendas semanais de soja dos EUA, as exportações americanas da oleaginosa seguem enfraquecidas em comparação aos anos anteriores. Já as vendas de milho ficaram dentro do esperado, com o programa de exportação superando as referências dos últimos dois anos. No Brasil, o câmbio continua ampliando a sequência de quedas diárias, próximo a R$ 5,41.
Milho
Os preços do milho no mercado físico registram estabilidade nos R$ 62,30/sc em Campinas/SP com equilíbrio entre compradores e vendedores. Mesmo com o movimento negativo da taxa de câmbio e das cotações da commodity em Chicago, os futuros de milho acumularam ganhos na última quinta-feira na B3, após uma sequência de recuos diários, refletindo a sustentação dos preços domésticos do cereal. O contrato novembro/24 (CCMX24) valorizou 0,95% e encerrou o pregão regular de 19/09 cotado a R$ 66,93/saca.
Quedas superiores a 1% foram observadas nos futuros de milho na quinta-feira na Bolsa de Chicago. Esse movimento foi influenciado pela boa competitividade dos cereais da Ucrânia e da Rússia, além do fato de o USDA ter reportado vendas de milho dos EUA para a temporada 2024/25 dentro da faixa esperada pelo mercado até a semana encerrada em 12/09. O contrato dezembro/24 (CZ24) recuou 1,70% e finalizou a sessão diurna de 19/09 cotado a US$ 4,06/bu.
Boi gordo
O mercado físico do boi gordo continua a enfrentar uma forte pressão altista nos preços. O estado de Minas Gerais apresentou um acréscimo de 2,46% no comparativo diário, com a arroba do boi gordo ficando cotada a R$ 254,51/@. Na B3, foi o terceiro dia consecutivo de valorizações nos contratos, com destaque para o vencimento dez/25, que registrou acréscimo de 1,20% ficando cotado a R$ 274,35/@.
No mercado doméstico, o desempenho foi acima do esperado, significando que tanto as vendas no varejo quanto as distribuições de carne com ossos no atacado foram melhores do que o esperado, sendo um sinal positivo para o setor. Quando olhamos para as negociações vemos que o volume disponibilizado de carne foi menor do que o esperado, devido a limitação na oferta de gado terminado. Como resposta a essa situação, os frigoríficos tem ajustado seus preços para tentar compensar o aumento nos custos da matéria-prima. Movimento este que já dura cinco semanas consecutivas, sendo motivado pela necessidade de equilibrar os custos e não por um aumento na demanda, essa estratégia se torna necessária devido a escassez de oferta. Ainda assim, como o receio com o fim de mês pesa, a carcaça do boi castrado permaneceu estável ficando cotada a R$ 17,50/kg.
Soja
Os preços da soja voltaram a cair no mercado brasileiro, ainda sobre influência da queda da moeda norte-americana e maior oferta para a commodity. A referência de Paranaguá/PR finalizou em R$ 137,54.
Apesar de o USDA ter reportado vendas de soja dos EUA na temporada 2024/25 acima das estimativas de mercado até a semana encerrada em 12/09, alcançando 1,748 milhão de toneladas, os futuros do grão apresentaram pequenos recuos na última quinta-feira em Chicago, influenciados pela queda mais expressiva do milho e do trigo na CBOT. O contrato novembro/24 (ZSX24) oscilou -0,07% e terminou a sessão regular de 19/09 cotado a US$ 10,13/bu.