Milho
As negociações para exportação do milho brasileiro esfriaram nesta semana, o período sazonal e a queda de 4,15% para o dólar neste mês diminuíram o ímpeto vendedor.
Além disso, as vendas antecipadas da próxima safrinha brasileira estão adiantadas, sem sinal de que o produtor brasileiro deve acelerar ainda mais as suas vendas no curto prazo.
O cenário de comercialização mais lenta se reflete sobre os prêmios, as indicações para embarques em agosto/20 estão ligeiramente abaixo do seu valor no início da semana, passando de US$ 0,35 para US$ 0,32/bushel (queda de 8,57%).
Na Argentina, as incertezas sobre os impostos de exportação também ajustam seus preços, com reporte de produtores também retraídos, na expectativa de valorizações para fechar novos negócios.
Boi gordo
Com a proximidade das festividades de final de ano, muitos pecuaristas estão deixando de ofertar animais, movimento que pode diminuir a pressão na arroba e promover estabilização dos preços. Além disso, as indústrias também estão se afastando das compras, ocasionado pelo baixo fluxo de saída da carne bovina no mercado atacadista.
Ontem (18), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou que a cesta de 15 itens mais procurados pelos consumidores brasileiros durante o Natal está 3,19% mais cara ante o ano anterior. Segundo a pesquisa, o aumento dos preços das carnes é o principal driver desta alta.
O indicador Cepea/Esalq, ontem (18), fechou cotado em R$ 223,75/@ – alta de 3,37% na comparação diária, com máxima e mínima registradas em R$ 196,41 e 234,12/@, respectivamente.
Já na B3, o contrato mais líquido foi o vencimento em dezembro, com fechamento em R$ 209,90/@ – baixa de R$ 0,90/@ ante a véspera.
Soja
Os futuros em Chicago ganharam força neste mês, o contrato de maior liquidez subiu 5,79% desde o início deste mês.
Mas após o vencimento para janeiro/20 alcançar máxima em US$ 9,31/bushel (maior patamar desde início de nov/19), o contrato interrompeu seu movimento altista e agora devolve parte dos ganhos.
As altas foram motivadas pelo avanço das negociações entre EUA e China, um cenário que pode expandir a busca da soja norte-americana pelo país asiático, comprometendo o ritmo de nossas exportações no médio-prazo.
Mas o que se observa neste momento é continuidade de preços competitivos para a soja brasileira, mesmo com a recente queda do dólar.
Além das altas em Chicago, a competividade do grão brasileiro se dá pelos prêmios menores, por exemplo, para embarques em março/20 pelo porto de Paranaguá, as premiações caíram neste mês de US$ 0,60 para US$ 0,48/bushel.