Milho
A maior disponibilidade do produto ao mercado doméstico esfria as cotações há mais de 30 dias, dada a colheita da safrinha e o menor desempenho das exportações.
E assim, o avanço da liquidez retirou o suporte que se registrava nos últimos meses, quando a retenção da matéria-prima colaborou para firmeza das cotações.
Deste modo, o último indicador do CEPEA tem nova queda de 1,60% para R$ 35,98/sc, o menor valor desde o início de julho.
Na esteira, o contrato para nov/18 inicia a manhã recuando 0,34 pontos, e continua perdendo a cada dia seus suportes gráficos. No momento, a projeção da bolsa para o próximo mês fica em R$ 35,55/sc – o menor valor desde abril/18.
O fato é que se perder este patamar de preços, deve ir buscar o próximo limite em R$ 35,00/sc, e considerando a manutenção da pressão baixista, os valores devem oscilar ao redor desse patamar.
Com a desvalorização do cereal, produtores devem adotar posição mais defensiva, mas a necessidade de liberar espaço com a chegada da próxima safra deve gerar nova pressão vendedora e alimentar viés negativo.
Além disso, a temporada 2018/19 deve ser marcada por volumes altos de chuvas, o que também pode interferir no momento de colheita, gerando especulação climática e volatilidade dos preços.
Boi gordo
A pressão sobre as desvalorizações da arroba cresce conforme o real se valoriza ante o dólar. Ontem (17/out), o câmbio encerrou o dia abaixo de R$ 3,70, reduzindo a competitividade das plantas frigoríficas exportadoras de carne.
Mesmo que seja apenas uma parcela das plantas que são autorizadas a exportar, a redução de margem se alia a outros fatores ligados ao mercado interno, pressionando ainda mais as cotações no curto prazo.
A indústria, ao conseguir originar animais com maior facilidade, alonga as escalas e testa preços mais baixos. O pecuarista que consegue segurar animais, busca preços melhores. Mas o gado confinado, por ter um custo diário elevado, não permite muita barganha com o frigorífico.
Aos poucos, os preços de referência sofrem ajustes negativos. O indicador Esalq/BM&F encerrou ontem a R$ 148,55/@ (-1,23%).
No mercado futuro da B3, o contrato com vencimento em outubro fechou a R$ 147,35/@ (+0,03%). O vencimento em novembro manteve-se em R$ 148,90/@.
Soja
A bolsa de Chicago iniciou esta semana testando valores mais altos, e conseguindo recuperar patamares de quase 2 meses atrás.
O fato é que a demanda pela oleaginosa norte-americana parece esfriar, e com o clima naquele país abrindo caminho para colheita mais rápida, as cotações na CBOT deverão se ajustar negativamente nos próximos dias.
Além das cotações menores em Chicago, o câmbio também retorna aos menores patamares desde mai/18. Porém, os impactos destes fatores aos preços domésticos deverão ser limitados pelo período de entressafra e baixa disponibilidade do produto.
O início da safra 2018/19 também imprime volatilidade as cotações, limitando as variações para baixo.
Ou seja, a projeção para os próximos meses é de cotações fortalecidas, especialmente se as negociações caminharem em ritmo lento, com players aguardando definição mais clara sobre o dólar e fretes futuros.
Por fim, os prêmios nos portos registraram novas acomodações, movimento sazonal pelo recuo do ritmo de exportação, dada a menor disponibilidade nos últimos meses do ano.
Cotações parciais
Boi gordo
Out/18: 147,00 / -0,25
Nov/18: 146,50 / -0,25
Dez/18: 148,00 / -0,25
Jan/19: 148,10 / 0,00
Milho
Nov/18: 35,70 / -0,15
Jan/19: 36,94 / -0,22
Mar/19: 36,70 / -0,20
Mai/19: 36,45 / -0,05
Soja – B3
Nov/18: 18,83
Mar/19: 18,13
Soja – Mini contrato – CME (B3)
Nov/18: 19,25 / -0,20
Jan/19: 19,65 / -0,23
Mar/19: 20,11 / 0,00
Mai/19: 20,39 / 0,00
Soja – CBOT
Set/18: 876,00 / -9,75
Nov/18: 890,00 / -9,75
Jan/19: 902,75 / -9,50
Mai/19: 915,75 / -9,25
Dólar comercial: 3,69
Dólar Futuro
Nov/18: 3691,50 / 1,50
Dez/18: 3692,00 / 0,50
Jan/19: 3695,00 / 0,00
Fev/19: 3706,57 / 0,00
Ao longo do dia traremos mais negócios realizados nas praças de importância.
Bons negócios!