Pressão nos preços e incerteza internacional travam o boi gordo
Aumento da oferta, tarifa dos EUA e temor de cotas da China ampliam o cenário de instabilidade no mercado pecuário brasileiro.
Boi gordo
Nesta quarta-feira, o mercado físico do boi terminou em queda em todas as praças pecuárias monitoradas. O destaque ficou para o Tocantins, que recuou 2,85% na comparação diária, sendo precificada a R$ 273,49/@. No mercado futuro, a B3 encerrou o pregão em cenário pessimista. O contrato com vencimento em outubro de 2025 recuou 1,87% na comparação diária, sendo negociado a R$ 311,90/@.
O mercado físico do boi gordo iniciou a segunda quinzena de julho sob forte pressão baixista, refletindo uma combinação de fatores internos e externos. O aumento da oferta de animais terminados estendeu as escalas de abate e já vinha pressionando as cotações desde o início do mês. O cenário se agravou com o anúncio da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre os produtos brasileiros a partir de agosto, afastando exportadores e aumentando a cautela das indústrias. Paralelamente, a expectativa de que a China implemente cotas de importação reforçou o viés de baixa nos preços globais da carne.
Milho
O milho encerrou a última quarta-feira (16) com leve alta no mercado interno, registrando valorização de 0,10% frente ao dia anterior, com a saca cotada a R$ 62,84 na praça de Campinas/SP. Na B3, os futuros seguem em recuperação após as mínimas do ano. Com o encerramento do contrato julho/25, o contrato de maior liquidez, setembro/25 (CCMU25), subiu 0,99%, negociado a R$ 64,03 por saca.
Em Chicago, o milho registrou o terceiro pregão consecutivo de alta, sustentado pelos dados positivos de exportação da semana passada e pelo acordo comercial entre EUA e Indonésia, que inclui a ampliação de compras agrícolas. Além disso, houve movimento de correção técnica após as quedas recentes. No entanto, a boa condição das lavouras nos EUA continua limitando as altas mais expressivas. O contrato setembro/25 (ZCU25) avançou 1%, cotado a US$ 4,0525 por bushel.
Soja
No mercado interno, a soja tem registrado pequenas variações na semana. Na última quarta-feira, a alta foi de 0,06%, com a saca negociada a R$ 136,48 na praça de Paranaguá/PR. Já o dólar recuou no dia, com o contrato de agosto/25 (DOLQ25) caindo 0,45%, cotado a R$ 5,583.
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja e seus derivados avançaram com força após as quedas da semana passada. Rumores sobre uma possível retomada das compras de soja dos Estados Unidos pela China reacenderam o mercado, apesar da ausência de confirmação oficial. O contrato agosto/25 (ZSQ25) subiu 1,86%, encerrando o pregão a US$ 10,1350 por bushel.