Estabilidade em meio à incertezas
Chuvas registradas no PR e MS aliviam cenário para o milho 2a safra, mas plantio nos EUA e mudança econômica na Argentina pressionam as cotações futuras na B3 e em Chicago.
Milho 
No mercado doméstico, o milho iniciou a semana com leve alta de 0,38%, com a saca cotada a R$ 85,30 na praça de Campinas/SP. O cenário foi de leve queda para as cotações futuras de milho na B3 nesta segunda-feira, com exceção do contrato de vencimento jul/25. O volume de milho primeira safra continua entrando no mercado e as chuvas no final de semana que atingiram regiões já estressadas do PR e MS trouxeram alívio ao mercado. Ainda assim, as incertezas sobre a continuidade das chuvas estão no radar. O contrato maio/25 (CCMK25), encerrou o pregão regular a R$ 78,88/sc, recuo de 0,57% frente ao fechamento anterior.
Para as cotações futuras de milho, o fechamento em Chicago nesta segunda-feira foi negativo. A unificação cambial na Argentina, que tende a favorecer as exportações do país e a melhora geral no cenário de oferta de trigo colaboraram com o movimento. O contrato de milho com vencimento em maio/25 (ZCK25), encerrou o pregão regular cedendo 1,07%, cotado a U$ 4,85/bu.
Boi Gordo 
Nesta segunda-feira, o mercado físico do boi gordo apresentou um cenário mais negativo. São Paulo, foi a região monitorada com maior retração, de 0,38%, encerrando o dia com a arroba cotada a R$ 329,42. Já na B3, o cenário foi totalmente positivo, com destaque para o contrato com vencimento em mai/25, que avançou 1,27% e fechou o pregão a R$ 326,80/@.
Na segunda semana de abril, o Brasil embarcou 60,77 mil toneladas do produto, com média diária de 12,15 mil toneladas, um salto de quase 30% em relação à semana anterior e de mais de 22% frente ao mesmo período do ano passado. O desempenho marcou dois recordes históricos desde o início da série em 2021, tanto no volume semanal, quanto diário. A expectativa é de que o mês encerre com 208 mil toneladas exportadas, estabelecendo um novo recorde para abril. Além do forte ritmo de embarques, o preço médio por tonelada segue em alta pela quarta semana consecutiva, atingindo US$ 4,97 mil — maior patamar em dez meses — impulsionando a receita acumulada para US$ 487,5 milhões, um crescimento expressivo de 26,63% no comparativo anual. Um começo de mês bem aquecido para o setor.
Soja 
A soja iniciou a semana registrando uma leve desvalorização de 0,51% na praça de Paranaguá/PR, com a saca alcançando R$ 137,18. Embora o mercado tenha mostrado avanços nos últimos dias, a volatilidade no câmbio acabou pressionando as cotações da oleaginosa neste começo de semana.
Nesta segunda-feira o fechamento foi misto para as cotações futuras de soja na CBOT. Para os contratos mais curtos (mai, jul e ago/25), o movimento foi de baixa e para os mais distantes (set e nov/25) foi de alta. Apesar do enfraquecimento do dólar, a unificação cambial na Argentina pode estimular as exportações do país que está iniciando sua colheita, pesando sobre as cotações do complexo soja. O contrato mais curto de soja grão fechou o pregão regular a U$ 10,42/bu, queda de 0,10% frente ao fechamento anterior.