Milho

Após a divulgação de números fora do esperado pelo mercado, o principal driver dos preços futuros do milho neste momento fica para o último relatório de oferta e demanda do USDA.

O relatório divulgado no início da tarde de ontem (12/ago), ampliou as estimativas para a produção, produtividade e para os estoques norte-americanos, fazendo com que as indicações em Chicago caíssem quase 6% no pregão ontem.

Além disso, novas quedas são registradas na primeira hora do pregão de hoje, retornando aos menores patamares em 3 meses.

Na esteira, as indicações também caíram na B3, o contrato para novembro/19 recuou 4,21% ao longo do pregão ontem.

O Departamento subiu levemente a sua expectativa para a produção de milho no país, passando de 352,43 milhões de toneladas (relatório de jul/19), para 353,09 milhões de toneladas no relatório atual.

A expectativa do mercado era de um corte para a produção para níveis próximos a 335 milhões de toneladas.

A produtividade também foi revisada para cima, passando de 10,38 para 10,64 toneladas por hectare entre os dois relatórios. Esperava-se que o Departamento pudesse reduzir o rendimento das áreas para algo próximo a 10,40 milhões de toneladas por hectare.

Já a área semeada passou por ajustes negativos, mas em menor intensidade do que o esperado pelo mercado, passando de 37,11 milhões para 36,42 milhões de hectares.

Por fim, a projeção para os estoques finais também colaborou para a queda dos preços futuros. O USDA subiu a sua estimativa de 51,05 para 55,40 milhões de toneladas.

Boi gordo

Na maioria das praças avaliadas pela Agriffato, a arroba manteve-se estável. Movimento esperado dado o começo da semana.

As escalas de abate seguem um movimento de recuo. MS, PA e TO exibem sinais de menor disponibilidade de animais prontos, com as programações atendendo ao redor de 3 a 4 dias úteis.

Entretanto, MT alongou pontualmente as programações de abate, avanço de 7% na comparação diária. Goiás e São Paulo ainda mantêm as escalas de abate entre 6 e 7 dias úteis, respectivamente.

Foi divulgado ontem (12/ago), os dados das exportações dos 7 primeiros dias úteis de agosto. As exportações de carne bovina in natura contabilizaram um volume total de 38,67 mil toneladas e uma receita de US$ 163,03 milhões.

Se o ritmo diário se repetir, serão exportadas 121 mil toneladas de carne bovina in natura neste mês.

Ontem (12/ago), o indicador Esalq/B3 ficou em R$ 153,690/@, avanço diário de 0,69% ante o fechamento anterior.

Soja

O relatório de oferta e demanda divulgado ontem (12) pelo USDA, fez cortes importantes para a produção de soja nos Estados Unidos.

Ainda assim, os futuros da soja na CBOT encerraram o pregão caindo ao redor de 1,5%, na esteira das fortes desvalorizações do milho.

O Departamento reduziu novamente a sua estimativa de produção para a soja, passando de 104,65 milhões para 100,16 milhões de toneladas. O número veio abaixo do esperado pelo mercado, que acreditava em proporção próxima a 103 milhões de toneladas.

A expectativa para a produtividade foi preservada em 3,26 toneladas por hectare, enquanto a área semeada também passou por ajustes, caindo de 32,37 para 31,04 milhões de hectares.

No mercado doméstico, além dos impactos causados pela divulgação do relatório, o câmbio também mostra papel importante a precificação. Neste sentido, o dólar ganhou tração ontem, subindo 1,17% e novamente buscando níveis próximos a R$ 4,00.

A volatilidade para o mercado cambial se deu após os resultados das eleições primárias na Argentina neste final de semana, indicando uma possível derrota da chapa do atual presidente, Maurício Macri.