No Brasil falta, nos EUA sobra
USDA divulga relatório de oferta e demanda nos EUA, com os estoques finais de soja crescendo 43% no país, para mais de 16 milhões de toneladas, ainda assim, vendas externas dão sustentação.
Milho
O milho seguiu seu rally em busca de uma resistência que não possa romper, nesta quarta-feira o preço físico do cereal em São Paulo se aproximou dos R$ 55,00/sc, destacando a baixa disponibilidade de milho a pronta entrega. Na B3, a valorização anotada foi de 1,72%, com o contrato setembro/20 ficando cotado à R$ 56,27/sc. Em oito dias de negociações, o milho foi capaz de imprimir uma alta de 10,45% em seus preços.
O relatório de Oferta e Demanda divulgado pelo USDA trouxe um aumento de sete milhões de toneladas na produção de milho norte-americana, estabelecendo-a em 388,06 milhões de toneladas, esse aumento foi puxado sobretudo pela elevação na produtividade, que segundo o USDA deve ser de 190 sc/ha. Como a precificação desse relatório já estava acontecendo, o mercado respondeu com uma leve 0,96% na quarta-feira, com o vencimento setembro/20 atingindo US$ 3,15/bu.
Boi gordo
Quarta-feira marcada pela indecisão no mercado atacadista paulista de carne bovina. Com as vendas travadas, o clima que paira no ar é o de achismo quanto ao que irá acontecer nesta quinta-feira, dia tipicamente mais movimentado. A proximidade da segunda quinzena do mês pode puxar os preços para baixo, porém, ainda há pouca disponibilidade de matéria-prima, o que certamente manteria os preços firmes. Neste cenário ainda nebuloso, os preços encerraram o dia estáveis, a carcaça casada bovina segue na casa dos R$ 14,80/kg.
Já no B3, o dia foi de pequenos ajustes negativos em alguns contratos futuros. O contrato de vencimento mais próximo, o agosto/20, encerrou o dia em R$ 226,30/@ (+0,35). O outubro, o mais movimentado do dia, fechou em R$ 223,00/@ (-0,04%).
Soja
Em dia de alta no dólar e em Chicago, a soja brasileira continuou se sustentando acima dos R$ 125,00/sc nos portos brasileiros. As atenções no Brasil se voltam para os preparativos do plantio da nova safra que deve começar no próximo mês, com negociações bem adiantadas.
A novidade maior veio dos EUA, já que o relatório de oferta e demanda divulgado pelo USDA trouxe um aumento na produção de soja de 7%, com a expectativa de mais de 120 milhões de toneladas a serem colhidas na atual safra. O reflexo sobre os estoques finais da safra 20/21 foi um aumento de 43%, com 16,6 milhões de “sobras” ao fim da safra. Apesar dos números negativos para o preço, a cotação da oleaginosa avançou 1,21% nesta quarta-feira, puxada pelo 6º dia consecutivo de vendas externas de soja, e a cotação da soja para setembro/20 voltou a ficar acima dos US$ 8,80/bu.
Agrifatto