Tensões e incertezas nos diferentes elos do boi gordo
A tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre as importações brasileiras desestimulou o mercado, e o clima de incerteza ficou no ar.
Boi gordo 
Nesta quinta-feira, o mercado físico do boi terminou em queda na maioria das praças pecuárias. O destaque ficou para Minas Gerais, que recuou 1,17% na comparação diária, sendo precificado a R$ 293,55/@. No mercado futuro, a B3 encerrou o pregão em cenário pessimista após as tarifas americanas impostas ontem. O contrato com vencimento em julho de 2025 recuou 2,26% na comparação diária, sendo negociado a R$ 302,85/@.
Todos os elos do mercado do boi gordo reagiram após o anúncio do presidente Donald Trump sobre a taxação de 50% nas importações brasileiras. No varejo, a demanda sustentada e a firmeza de preços do dianteiro observadas nos últimos dias não se mantiveram nesta quinta-feira. No mercado físico, muitos frigoríficos ficaram fora das compras, tentando enfraquecer a resistência dos pecuaristas a aceitar preços menores. Como forma de preencher as escalas, têm recorrido a contratos a termo e a animais confinados. No mercado futuro, todos os contratos recuaram diante do cenário instável, com a menor variação registrada sendo de 1,10%.
Milho
No mercado interno, o milho encerrou a última quinta-feira (10) em queda, com a saca na praça de referência de Campinas/SP recuando 0,33 %, para R$ 62,98. Na B3, após estimativas da Conab serem divulgadas, projetando para cima a produção da segunda safra de milho, o mercado foi pressionado. O contrato com vencimento em julho/25 (CCMN25) encerrou o pregão regular cotado a R$ 62,46 por saca, com recuo de 0,84% em relação ao dia anterior.
Em Chicago, as cotações do cereal finalizaram o dia mais lateralizadas, próximas à estabilidade. À espera da divulgação do relatório mensal do USDA e com as incertezas no mercado após cartas do presidente dos EUA, Donald Trump, lançando tarifas a diversos países, o mercado se manteve cauteloso sem direcionamento claro. Entretanto, o contrato de maior liquidez, com vencimento em julho/25 (ZCN25), encerrou o dia com recuo de 1,27%, cotado a US$ 4,07 por bushel.
Soja 
No mercado interno, a soja permanece recuperou fôlego e a referência de Paranaguá/PR registrou alta na quinta-feira (10), com incremento de 1,24%, encerrando o dia com a saca negociada a R$ 136,58. O dólar avançou na B3 e o contrato com maior liquidez, agosto/25 (DOLQ25), fechou o pregão cotado a R$ 5,583, com queda de 1,20%.
Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da soja encerraram o dia próximos à estabilidade. Assim como no panorama do milho, o mercado da soja está aguardando o novo relatório do USDA, do mês de julho/25, com as estimativas atualizadas e novas notícias vindas dos EUA sobre as tarifas de Trump, para então poder se posicionar com maior precisão. O contrato com vencimento em julho/25 (ZSN25) apresentou leve acréscimo de 0,02%, encerrando o dia cotado a US$ 10,12 por bushel.