Grãos entre tarifas e dólar
Pressão externa limita Chicago e dólar impulsiona B3 no milho
Milho
O milho encerrou a última quarta-feira (09) com mais um dia de queda no mercado interno, registrando desvalorização de 0,25% em relação ao dia anterior, com a saca cotada a R$ 63,19 na praça de Campinas/SP. Na B3, os contratos futuros fecharam em alta expressiva, acima de 1%, impulsionados pela forte movimentação do dólar ao longo do dia. O contrato com vencimento em julho/25 (CCMN25) subiu 1,21%, negociado a R$ 62,99 por saca.
Em Chicago, o milho teve leve alta, com movimentação limitada durante o pregão. Devido, principalmente, às boas expectativas para a safra nos EUA. O contrato julho/25 (ZCN25) avançou 0,36%, cotado a US$ 4,12 por bushel. Ainda assim, as cotações seguem nas mínimas do ano.
Boi gordo
Nesta quarta-feira, o mercado físico do boi encerrou o dia em queda na maioria das praças pecuárias. O destaque ficou para o Mato Grosso, que recuou 0,45% na comparação diária, sendo precificado a R$ 312,34/@, a melhor cotação entre as praças monitoradas. No mercado futuro, a B3 teve um encerramento de pregão com cenário misto. O contrato com vencimento em novembro de 2025 avançou 0,21% na comparação diária, sendo negociado a R$ 335,80/@. Já o contrato com vencimento em julho de 2025 recuou 0,05%, sendo negociado a R$ 309,85/@.
Na tarde desta quarta-feira, Donald Trump anunciou a imposição de uma tarifa adicional de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados. A medida afeta diretamente o mercado pecuário, já que os Estados Unidos foram o segundo principal destino da carne bovina brasileira no primeiro semestre de 2025. O Brasil, que vinha registrando desempenho recorde nas exportações do setor, pode sofrer impactos relevantes.
Soja
No mercado interno, a soja recuou 0,27%, com a saca negociada a R$ 134,91 na praça de Paranaguá/PR, acompanhando as quedas em Chicago, mas com perdas limitadas pela alta do dólar. A moeda americana teve forte valorização após declarações do presidente dos EUA sobre novas tarifas. O contrato para agosto/25 (DOLQ25) subiu 2,30%, cotado a R$ 5,6115.
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja e seus derivados acumulam queda na semana, com forte recuo nas cotações. O mercado permaneceu cauteloso diante da falta de avanços nas negociações comerciais com a China e das preocupações com o impacto de novas tarifas, que podem prejudicar a demanda. As medidas foram anunciadas ao final da tarde, após o fechamento do pregão, e incluem o Brasil entre os países afetados. O contrato julho/25 (ZSN25) caiu 1,17%, cotado a US$ 10,1225 por bushel.