La ‘safra’ de papel?
Condições climáticas adversas no Brasil e direcionamento da demanda para os EUA sustentam os preços internacionais de soja mas elevação do dólar a R$4,91 reduz intensidade de alta da commodity.
Milho 
No mercado físico do milho a liquidez segue reduzida e os preços acomodados em R$ 59,50/sc em Campinas/SP. Na B3, os vencimentos mais distantes do cereal acumularam maiores avanços nesta quarta-feira, diante de toda indefinição sobre o calendário para o milho em 23/24 e acompanhando o movimento de alta da taxa de câmbio e das cotações em Chicago. O contrato jan/24 (CCMF24) valorizou 1,07% e terminou o pregão regular de 08/11 cotado em R$ 63,95/sc.
Em Chicago, os futuros de milho contabilizaram altas superiores a 1% ao longo da última quarta-feira, reagindo à forte valorização dos futuros de trigo e com os agentes monitorando a demanda pela commodity norte-americana, além dos novos dados de oferta e demanda global que serão reportados pelo USDA nesta quinta-feira. O contrato dez/23 (CZ23) variou +1,60% e fechou a sessão diurna de 4ª feira a US$ 4,76/bu.
Boi Gordo 
Após registros de quedas nas cotações, o mercado físico parece reagir e com uma demanda interna mais aquecida e oferta mais enxuta, levando a uma movimentação positiva em algumas praças pecuárias, o Norte do país, entretanto, ainda sofre com a pressão baixista. Em Goiás, o animal pronto para o abate teve um incremento de 0,3%, na comparação diária, ficando precificado a R$228,20/@. Na B3, todos os contratos tiveram reajustes positivos e o vencimento para nov/23 ficou precificado a R$ 237,85/@, com incremento de 0,53%.
No mercado internacional, a pressão de oferta de carne bovina nos EUA continua, o número do rebanho norte-americano caiu quase 10% nos últimos cinco anos e as estimativas apontam para o menor rebanho dos últimos 70 anos, com 86,9 milhões de cabeças no inventário do início de 2024. O consumo per capita de carne bovina também pode ser afetado, a expectativa é que o consumo nos EUA caia 2,3% este ano e mais 5,1% em 2024.
Soja 
A alta dos preços da soja no mercado internacional somada à valorização dólar trouxe novo impulso aos valores praticados no Brasil. Em Paranaguá/PR, a oleaginosa é comercializada a R$ 145,00/sc.
Os futuros do grão de soja encerraram a quarta-feira no campo positivo em Chicago, refletindo as preocupações relacionadas ao clima no Brasil e as recentes vendas da oleaginosa norte-americana para a China. As atenções também seguem voltadas ao report mensal do USDA que será divulgado nesta quinta-feira. O contrato jan/24 (ZSF24) oscilou +0,28% e finalizou a sessão regular de 08/11 cotado em US$ 13,66/bu.